Campinas registrou, entre o período de maio a setembro deste ano, 232 focos de incêndio. O levantamento, consta no balanço da Operação Estiagem, que acabou no dia 30 do último mês. A ação, realizada entre os meses considerados mais secos do ano, também monitorou a temperatura e o índice de URA (Umidade Relativa do Ar), e segundo os dados da Defesa Civil, Campinas teve um período de estiagem menos seco em relação ao ano passado.
O balanço feito pela Operação em 2022 aponta uma queda de mais de 50% na ocorrência de focos de incêndio comparando com o mesmo período em 2021. Foram 232 focos de incêndio de maio a setembro, contra 471 no mesmo período do ano passado.
Segundo a Prefeitura, durante a Operação, a secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos realizou atendimento a 35 famílias, em decorrência dos incêndios, mas nenhuma precisou ser abrigada na rede socioassistencial.
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TEMPO SECO
De maio a agosto deste ano, quando o período é ainda mais seco, aumentando o risco de incêndios, doenças respiratórias e crises hídricas, a Operação Estiagem monitorou e fez um levantamento dobre as temperaturas e o índice da umidade do ar.
De acordo com a Defesa Civil, Campinas entrou em Estado de Alerta, quando a Umidade Relativa registra índice entre 12% e 20%, por dez vezes. Já o Estado de Atenção, quando o índice fica entre 20% a 30%, foi registrado por 67 vezes nesse ano. Em 2021, foram 54 registros sobre Estado de Alerta e 108 registros em Estado de Atenção.
Em 2022, neste período, Campinas não entrou nenhuma vez em emergência, que é quando a Umidade Relativa está abaixo de 12%, ao contrário do último ano, quando essa situação foi registrada oito vezes.
ANIMAIS MORTOS
O levantamento ainda aponta os registros de animais mortos na plataforma SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Apenas os técnicos da Defesa Civil, em vistorias preventivas no entorno do Aeroporto de Viracopos, registraram 32 animais mortos. No total, foram realizadas 135 vistorias. O sistema começou a ser utilizado este ano, portanto ainda não há base para comparação”, explicou a Defesa Civil.
NO ESTADO
A avaliação da Defesa Civil é de que o resultado de diminuição é fruto do trabalho do Comitê da Operação, com monitoramento e ações contra as queimadas. Os dados do município também seguem os do Estado de São Paulo. O balanço estadual mostra queda de 73% no número de focos identificados, após ações da Operação Corta Fogo.
Segundo o coordenador regional e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado, todos os locais em que houve registro de foco de incêndio foram vistoriados. A identificação dessas áreas permite notificar os proprietários e diminuir reincidências. Esse monitoramento, de acordo com Furtado, “é responsável pela rápida intervenção e, consequentemente, pela queda nos números”.
As notificações tiveram como base a lei municipal que proíbe uso de fogo para limpeza ou preparo do solo, inclusive para plantio ou colheita, exceto nos casos específicos permitidos pela lei estadual. Entre estes estão queimada controlada para fins de pesquisa e cultura de cana-de-açúcar.
Vistorias de campo para avaliação da vazão dos mananciais e para prevenção de focos de incêndio em áreas com vegetação também estão entre as ações da Operação. São realizadas, ainda, ações de conscientização da sociedade, como promoção de treinamentos para a prevenção e combate a queimadas e incêndios para moradores de áreas próximas a pontos vulneráveis.
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