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CotidianoCampinas tem alta de 29,6% em casos de violência contra mulher

Campinas tem alta de 29,6% em casos de violência contra mulher

Alta foi registrada nos primeiros quatro meses do ano; veja levantamento exclusivo

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Casos de violência contra a mulher crescem em Campinas, segundo levantamento (Foto: Nino Carè/Pixabay)

 
Campinas registrou alta de 29,6% no número de notificações de atendimento para casos de violência contra a mulher no primeiro quadrimestre de 2022. 

Os dados são do Sisnov (Sistema de Notificação de Violência) da cidade e foram levantados a pedido do acidade on Campinas

De acordo com a pesquisa articulada pela enfermeira Ana Paula Crivelaro Ferreira, o período teve 835 notificações contra 644 registros do ano anterior. Além disso, este quadrimestre possui o maior número de atendimentos em relação ao mesmo período dos últimos três anos. 

Notificações de violência contra mulher em Campinas: 

– 1º quadrimestre de 2022: 835 

– 1º quadrimestre de 2021: 644
 

– 1º quadrimestre de 2020: 742
 

– 1º quadrimestre de 2019: 647 

“De uma maneira geral, as notificações ainda são de grande impacto para este ano de 2022. A gente já apresentou um número semelhante ao ano passado e ao ano de 2019, o que representa que a gente não teve uma diminuição”, explicou a enfermeira. 

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PERFIL 

De acordo com Ana Paula, o maior número de casos deste quadrimestre ocorreu na faixa etária de 29 a 59 anos de idade. Em seguida, os dados apontam para notificações de violência de meninas de 10 a 19 anos de idade. 

Além disso, o levantamento realizado pelo Sisnov aponta que o maior índice de notificações é de violência física, com 28,5% das ocorrências. Em seguida, surge a violência sexual, com 27% dos registros. Em terceiro lugar aparece a tentativa de suicídio devido à violência sofrida.  
 
Segundo a pesquisa, somente nos quatro primeiros meses de 2022 foram registradas 88 tentativas de suicídio na cidade. Em 2021, foram 309 casos, o maior índice dos últimos três anos. Veja os detalhes abaixo: 
   
– 2022 (até abril): 88 tentativas  
 
– 2021: 309 tentativas 
 
– 2020: 194 tentativas

– 2019: 218 tentativas   

“O que a gente teve de mudança foi que as notificações de tentativa de suicídio aumentaram nos últimos dois anos. O que a gente pode pensar é que o cenário da pandemia pode ter modificado o que mexe com o emocional das pessoas e pode ter piorado um quadro depressivo. A gente acredita que é uma possível causa para este aumento das tentativas de suicídio”, complementa. 

Apesar do alerta levantado pelo crescimento das notificações, Ana Paula salienta que as tentativas de suicídio não impactam a mortalidade de mulheres. “Quando a gente faz uma análise das mortalidades, manteve-se o número”, afirma.  
 
No primeiro quadrimestre deste ano, foram registrados seis óbitos por suicídio. Nos três anos anteriores, foram registrados 19, 21 e 21, nos anos de 2021, 2020 e 2019, respectivamente.

PRINCIPAIS AUTORES 

Segundo a pesquisa do Sisnov, os principais autores de violência contra a mulher deste primeiro quadrimestre foram realizados por pais, mães, padrastos e madrastas, com 107 registros. Na sequência, os principais casos são relacionados aos cônjuges, com 85 ocorrências. 

CASOS POR REGIÃO 

De acordo com o levantamento, o distrito que mais apresentou casos neste ano, em Campinas, foi a região Sul da cidade, com 132 notificações. Em seguida, surgem as regiões noroeste e sudoeste, com 90 e 82 casos, respectivamente. 

Apesar dos dados setorizados por cada distrito do município, a enfermeira responsável pela articulação da pesquisa orienta que os cuidados devem ser interpretados como um todo, e não apenas por região. 

“A gente tem uma predominância maior no distrito Sul de Campinas. Porém, independente das notificações, são poucas as diferenças de distrito para distrito. Então, a gente precisa colocar o município como um todo para a gente identificar as vítimas de violência e, melhor do que isso, conseguir se organizar para cuidar dessas famílias”, finaliza. 

Neste sábado (28), são celebrados dois dias importantes para a luta contra a violência à mulher, o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.

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