Campinas terá a instalação de um radar meteorológico, segundo informou o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp. O projeto está em fase de licitação, com compra conjunta entre a Unicamp e a Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas). Na sequência, o processo passará por um pregão, ainda sem data definida. De acordo com o Centro, as operações devem ser iniciadas entre o final do ano que vem e o início de 2024.
Em Campinas, o radar terá duas funções: operacional, que é a principal, e também a pesquisa em física de nuvens e tempestades severas, além de outras possíveis aplicações. Segundo o meteorologista do Cepagri, Bruno Bainy, o radar consegue mostrar as partículas que existem no interior das nuvens.
“O radar permite uma visualização detalhada e tridimensional da estrutura e dinâmica das nuvens de tempestades, mostrando que tipo de partículas estão em seu interior (como gotas de chuva e gelo, e seu tamanho) e o escoamento do ar no interior da nuvem e seu derredor (podendo identificar, dessa forma, “assinaturas” de fenômenos de alto grau de severidade, como supercélulas, tornados e microexplosões)”, explica.
De acordo com Bainy, esse processo auxilia na antecipação da ocorrência de eventos e tempestades. Com isso, é possível disponibilizar alertas pontuais e oportunos à população. Além disso, com a instalação do radar, a RMC (Região Metropolitana de Campinas) terá um centro meteorológico que funcionará ininterruptamente em parceria com a Defesa Civil e Prefeituras.
“O centro visa a proteção da população e a rápida identificação e resposta à potenciais ameaças de cunho meteorológico. Em geral, tempestades que possam acarretar: chuva torrencial, granizo, vendaval e fenômenos menos comuns como tornados e microexplosões”, comenta Bruno.
INSTALAÇÃO
O radar será instalado na Unicamp, no sítio experimental do Cepagri, local onde o radar experimental do SOS Chuva foi instalado há alguns anos, o que favorece uma estrutura praticamente completa para receber o novo equipamento. “Lá já temos antenas receptoras de imagens de satélite também”, completa Bainy.
Atualmente, São Paulo conta com quatro radares meteorológicos, mas em modalidades diferentes: em Bauru e Presidente Prudente (do IPMet/Unesp), temos o radar do comando da aeronáutica, em São Roque, e do SAISP, instalado na Barragem de Ponte Nova, perto da Capital.
De acordo com o meteorologista, os radares de Bauru e São Roque cobrem parte da RMC, mas já a uma distância grande, limitando os recursos e a qualidade da informação. “O radar aqui em Campinas terá dados de altíssima qualidade e com tecnologia de ponta, prontos para o nosso uso, e poderemos configurar os produtos a informações conforme as necessidades que percebermos por aqui”, finaliza Bainy.
