Os casos de Aids em Campinas tiveram redução de 60% desde o ano passado. O dado é de um levantamento publicado pela Secretaria Municipal de Saúde hoje (1º), data em que é celebrada o Dia Mundial de Combate à Aids. De acordo com o levantamento, em 2022, foram 122 registros ante os 49 contabilizados de janeiro a novembro deste ano.
O levantamento ainda aponta que o número de casos de Aids registrados neste ano é o mais baixo na década. Ao longo deste período, o maior número foi de 271, em 2013 (veja os dados abaixo).
Ainda segundo o balanço parcial da Saúde, houve redução na quantidade de notificações de infecções por HIV no período.
O HIV é o vírus que pode provocar a Aids, sigla da síndrome da imunodeficiência adquirida, em inglês (Acquired Immune Deficiency Syndrome). Quando pessoas portadoras do HIV não realizam tratamento, elas podem desenvolver Aids e apresentam risco de adoecimento e morte.
“A diminuição dos casos de Aids é a tendência esperada, uma vez que há o tratamento disponível para todos os portadores de HIV, que dessa forma, não desenvolvem a doença [aids]”, explicou a médica infectologista Valéria Correia de Almeida, do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde).
Ano do diagnóstico | Masculino | Feminino | Total |
2013 | 196 | 75 | 271 |
2014 | 158 | 60 | 218 |
2015 | 157 | 50 | 207 |
2016 | 168 | 47 | 215 |
2017 | 157 | 48 | 205 |
2018 | 118 | 39 | 157 |
2019 | 81 | 18 | 99 |
2020 | 59 | 24 | 83 |
2021 | 67 | 19 | 86 |
2022 | 93 | 29 | 122 |
2023 | 44 | 5 | 49 |
Campinas terá uma agenda especial de ações com foco na prevenção nesta sábado (2) com testes rápidos para HIV e sífilis para a população em frente à Catedral Metropolitana, na região central. Veja mais abaixo.
Infecções pelo HIV
As notificações de infecções pelo HIV registradas em Campinas durante o mesmo intervalo considerado passaram de 174 para 165. Embora os dados sejam preliminares, a avaliação da Secretaria de Saúde é de que não houve diminuição significativa e há cenário de estabilidade.
“Entre 2021 e 2022, o município havia observado um aumento de 34 % no número de infecções pelo HIV. Uma das hipóteses é de que, no período mais crítico da pandemia de covid-19, as pessoas não fizeram diagnóstico de infecção pelo HIV, pois muitos serviços restringiram os atendimentos e, portanto, diagnosticaram menos”, avaliou Valéria.
Ao longo da década, o maior número dede notificações de infecções pelo HIV foi de 304 casos, no ano de 2016.
Perfil de infecções
Dos 165 casos notificados de infecção pelo HIV em 2023, 121 foram em indivíduos do sexo masculino e 44 do sexo feminino.
Entre os homens, a faixa etária com maior número de casos foi a de 20 a 29 anos (54 casos), seguida da faixa etária dos 30 aos 39 anos (38 casos).
“Esses dados reforçam a importância do incentivo à testagem nessa população e nessa faixa etária, sabidamente a mais acometida pela infecção pelo HIV”, afirmou Valéria.
Formas de contágio por HIV
• Por relações sexuais (anal, vaginal). A transmissão oral tem risco reduzido;
• Da mãe portadora do HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação. A gestante portadora do HIV, se diagnosticada e tratada adequadamente, não transmite o vírus;
• Compartilhar instrumentos perfurocortantes sem esterilizar antes, como seringas e alicates de unha. A prevenção da infecção pelo HIV pode ser feita com práticas sexuais seguras (uso de preservativos externos e internos), uso de profilaxia pós-exposição ao HIV (PEP), e profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP). Pessoas portadoras do HIV em tratamento por mais de seis meses e com carga viral indetectável não transmitem o vírus através de relação sexual.
Agenda especial
O Programa Municipal de IST/HIV/AIDS e Hepatites Virais faz neste sábado (2) testes rápidos para HIV e sífilis para a população em frente à Catedral Metropolitana, na região central. A programação vai das 10h às 14h e ocorre em parceria com a organização sem fins lucrativos OSCIP Terra das Andorinhas.
Ao longo da primeira semana de dezembro, Campinas também participa da mobilização estadual “Fique Sabendo”. O objetivo é fazer com que as unidades de saúde intensifiquem a realização de testes rápidos de HIV e sífilis, promovam uma série de ações educativas e distribuição de materiais informativos, como folders e cartazes, e distribuam preservativos.
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