Os técnicos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) já conseguiram achar os gravadores de dados e de voz do avião que caiu ontem (9) matando 61 pessoas em Vinhedo. Os equipamentos serão encaminhados para Brasília para análise dos dados.
Segundo o chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Marcelo Moreno, são dois gravadores: o Cockpit Voice Recorder, que grava as vozes dos pilotos e todo o som da cabine, e o Flight Data Recorder, que grava informações técnicas como velocidade da aeronave, inclinação, se estava com os flaps ou o trem de pouso baixado.
“Isso é importante para a investigação, para gente conseguir reconstruir o acidente, de forma a entender aquela ocorrência para entregar a prevenção de acidentes e a segurança de transporte para a sociedade”,
explicou
Ele informou que os dados serão analisados com a maior celeridade possível, mas a investigação vai depender do estado em que os equipamentos foram encontrados.
Veja abaixo vídeo do momento da queda do avião
“Depende do grau de destruição dos gravadores. Nós temos capacidade de fazer a extração estando os gravadores até muito danificados, mas depende de cada evento. Porventura, teremos que levar para o fabricante dos gravadores, nos Estados Unidos, pois temos grande necessidade de descobrir o que aconteceu. Não consigo dizer agora com quanto tempo isso irá acontecer”, informou Moreno.
Atualmente, existem dois laboratórios no Hemisfério Sul com capacidade de analisar as caixas pretas, um na Austrália e outro no Cenipa, em Brasília.
O Cenipa não adiantou quais seriam as causas do acidente. Moreno informou que todas as informações sobre o voo serão analisadas para a elaboração do relatório final sobre o acidente.
“Tudo é muito importante para a nossa informação. A nossa investigação é integrativa e envolve fatores humanos, operacionais e materiais. Todas as informações, sejam elas de controle aéreo, de meteorologia, tudo será coletado na primeira fase para posterior análise dos dados”, disse.
Identificação das vítimas da queda de avião
Em paralelo à investigação, equipes vão trabalhar na identificação das vítimas. “De posse da lista e do banco de informações dessas pessoas, seja do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt) daqui de São Paulo ou do próprio Paraná, a gente possa fazer uma perícia, um exame de comparação aqui no local, com os nossos peritos, peritos do IIRGD e até peritos da Polícia Federal para saber se aquela pessoa é realmente quem constava na lista de passageiros”, disse de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.
Os casos que demandarem mais exames deverão ser encaminhados para a Capital. Nessas situações, os corpos serão transportados com apoio e escolta da Polícia Militar Rodoviária. Derrite informou que está conversando com autoridades para bloquear o espaço aéreo na região do acidente e assim evitar a exposição das vítimas durante o trabalho de remoção.
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