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CotidianoCenso das capivaras terá monitoramento com câmera térmica em parques de Campinas

Censo das capivaras terá monitoramento com câmera térmica em parques de Campinas

Prefeitura pretende fazer levantamento de quantidade e perfil dos animais nas áreas de lazer após surto de febre maculosa em fazenda de Joaquim Egídio

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A secretaria Municipal do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável iniciou na manhã desta quarta-feira (21) o censo da população de capivaras em parques de Campinas. A ação começou no Parque das Águas, no Parque Jambeiro, onde foram encontradas cinco capivaras. O plano agora é retornar com uma equipe em outro horário, de preferência à noite e com o uso de uma câmera térmica, que capta imagens por calor, para verificar se houve alteração no número desses animais.

A medida acontece após a cidade decretar surto de febre maculosa na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, local onde as quatro pessoas que morreram de febre maculosa estiveram em eventos no mês de maio e foram infectados pelo carrapato-estrela – leia mais abaixo.

Além do Parque das Águas, o inventário será realizado no Parque Ecológico Hermógenes de Freitas Leitão Filho, em Barão Geraldo, e no Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim, na Rodovia Heitor Penteado, na Vila Brandina. Após o levantamento, será feita uma solicitação ao Estado com um pedido de autorização de manejo desses animais.

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De acordo com a Administração, na Lagoa do Taquaral e no Lago do Café a contagem já foi feita, há alguns dias, em parceria com alunos do curso de Veterinária da PUC-Campinas. Na Lagoa do Taquaral foram identificadas 48 capivaras e no Lago do Café foram 28.

ISOLAMENTO DE ÁREAS

A secretaria de Saúde de Campinas orientou pelo isolamento das áreas das ilhas e das trilhas do Parque das Águas devido ao risco de contágio pela febre maculosa. A medida foi anunciada na manhã desta quarta-feira para evitar que as pessoas circulem por esses espaços.

De acordo com o comunicado divulgado pela pasta municipal, o isolamento foi definido porque o risco de parasitismo pelo carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, é maior nos locais que serão isolados.

A interdição das ilhas e das trilhas ocorre 11 dias depois da reabertura do parque ao público após oito meses de reforma e no mesmo dia em que o município inicia um inventário da população de capivaras no Parque das Águas. O animal é um dos hospedeiros do carrapato-estrela.

PERFIL DAS CAPIVARAS

De acordo com o veterinário do DPBea (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal), Paulo Anselmo Nunes Felippe, será feito um censo das capivaras nos parques para identificar quantas há e quais são machos, fêmeas, filhotes, e os que estão em grupos e solitários.

“Neste momento, estamos fazendo parte de um processo iniciado há algum tempo. Essa caracterização é importante para que possamos solicitar a licença ambiental de manejo desses animais e fazer a esterilização. Baseado em estudos, o manejo deve ser o nascimento de evitar novos filhotes e, com isso, a circulação da bactéria rickettsia, que infecta o carrapato”, explica o veterinário.

O carrapato-estrela parasita as capivaras, entre outros animais, como o cavalo. Com os dados em mãos, a Secretaria do Verde vai solicitar a autorização de manejo e esterilização dos animais à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, e depois fazer uma licitação para contratar a operação de esterilização dos animais.

Após estes procedimentos, os animais serão microchipados e receberão uma marcação que indique a castração. Em maio, o acidade on informou sobre o início da contagem das capivaras e a intenção de castração dos animais até o final deste ano.

ORDEM DE SERVIÇO

A ordem de serviço para a criação de um grupo de trabalho interno de esterilização e manejo de capivaras nos parques públicos de Campinas foi publicada no Diário Oficial do município desta quarta-feira.

O grupo, formado por servidores da Secretaria do Verde, ficará responsável pelo acompanhamento da esterilização, captura e demais ações de manejo das capivaras, para fins de controle populacional nos parques urbanos em Campinas.

CUIDADOS

As capivaras são animais silvestres, protegidos por legislação federal, e são hospedeiras do carrapato-estrela. Quando o carrapato está infectado com a bactéria rickettsia, transmite para a capivara, que pode infectar outros carrapatos. Quando o carrapato infectado pica uma pessoa, transmite a febre maculosa.

É fundamental que, após visitas em áreas verdes, as pessoas observem todo o corpo. Se  localizar carrapato, ele deve ser removido com cuidado. Mesmo sem localizar carrpatos no corpo, caso haja algum sintoma, como febre e dores no corpo, a pessoa deve procurar o médico o mais rapidamente possível e informar que esteve em área propensa à presença de carrapatos.

MORTES CONFIRMADAS

A cidade contabiliza seis mortes pela doença em 2023 e monitora um surto no espaço de eventos Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, onde quatro vítimas fatais estiveram. Uma mulher de 38 anos que está internada também teve a infecção confirmada e outros 17 casos suspeitos da doença são investigados. Veja as mortes confirmadas:

  • Mulher de 36 anos, de São Paulo. Morreu dia 8 de junho
     
  • Homem de 42, de Jundiaí. Morreu dia 8 de junho
     
  • Mulher de 28 anos, de Hortolândia. Morreu dia 8 de junho
     
  • Adolescente de 16 anos, de Campinas. Morreu dia 13 de junho

ESTIGMA CONTRA CAPIVARAS

Em meio ao surto da doença em Campinas, o médico veterinário do Dpbea da cidade, Paulo Anselmo Nunes Felippe, descarta o abate de capivaras como solução para o problema e explica que o órgão planeja esterilizar os animais nos próximos meses. Os mamíferos são hospedeiros dos carrapatos transmissores da infecção.

“Mesmo que fosse possível retirar todas as capivaras do planeta, a gente correria o risco de ter ainda febre maculosa, porque existem algumas espécies de carrapatos em que o cão faz esse papel. Então a doença tá muito mais relacionada com o carrapato do que com a capivara. Toda vez que as capivaras foram retiradas de locais, as regiões foram recolonizadas”, afirma Nunes, detalhando também que a espécie tem grande capacidade reprodutiva.

Preocupado com o que chama de “estigma” contra os animais por conta da febre maculosa, o médico veterinário lembra que o mamífero é protegido por lei e não deve ser alvo de perseguição ou violência por parte da população. “Na verdade, os reservatórios da febre maculosa são os próprios carrapatos. Uma vez que o carrapato está contaminado, vai transmitir para os filhotes, e isso vai manter a febre maculosa dos carrapatos no ambiente”, complementa o especialista.

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