Um pesqueiro foi interditado e é investigado por crime ambiental em Artur Nogueira. O Saen (Serviço de Água e Esgoto de Artur Nogueira) constatou descartes irregulares no local, que pode ter contaminado a água usada para abastecimento da cidade. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi acionada para apurar o caso.
Segundo o Sean, foram constatados descartes irregulares por parte do estabelecimento, localizado na Vicinal José Santa Rosa, que têm causado contaminação na água.
“Desde o dia 6 de julho, o Saean identificou alterações nas características das águas provenientes do Córrego Cotrins, que é utilizado para o abastecimento de grande parte da cidade. Essas alterações têm refletido na água tratada, afetando os parâmetros organolépticos relacionados ao gosto e odor – que não necessariamente representam riscos à saúde pública”, informou o órgão.
O órgão informou que na tarde desta segunda-feira (10), após receber denúncias de moradores do Residencial Vale do Sol, localizado às margens de um rio situado à montante do Cotrins, foi constatado um aspecto avermelhado na água, e formação de grânulos.
“Após seguir o curso do rio, representantes do Saean – juntamente com fiscais de posturas municipais, agentes de vigilância sanitária municipal, representantes da Secretaria de Meio Ambiente e Guardas Civis Municipais- chegaram ao referido pesqueiro, onde foram encontradas várias irregularidades”, completou.
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IRREGULARIDADES
Segundo o Sean, foi identificado que a água proveniente do processo de drenagem e manutenção das piscinas é despejada diretamente no percurso da nascente situada no interior, sem qualquer tratamento, e que a água dos tanques de pesca é despejada no curso d’água próximo.
“Observou-se a existência de fossa no local, de compartimento único, sugerindo que não são realizadas as etapas corretas de um sistema de tratamento primário de esgoto, conforme Lei Municipal nº 2.986/2010, que dispõe sobre obrigatoriedade da instalação de unidades de tratamento primário de esgoto ou fossas sépticas em determinadas áreas do município. A fossa estava transbordando e o efluente percorrendo por todo o entorno, possivelmente por um maior volume gerado no fim de semana, por hóspedes e visitantes”, descreveu relatório técnico da Secretaria de Meio Ambiente.
Ao questionar o responsável pelo pesqueiro no momento, a equipe foi informada de que o efluente da fossa é, habitualmente, “retirado por meio de uma chorumeira própria, sendo descartado em um canavial próximo”.
Além disso, foram localizados outros pontos de passagem e represamento de águas, possivelmente comprometidos. No local, técnicos encontraram água escura e com odor desagradável.
CRIME AMBIENTAL
O caso foi registrado na Delegacia de Polícia como crime ambiental (e será investigado pela Polícia Civil). O pesqueiro foi interditado pela Vigilância Sanitária por falta de alvará e demais documentações de licença de funcionamento. A autarquia informou que registrou um Boletim de Ocorrência e acionou as autoridades competentes para investigar o caso.
“O Saean está colaborando plenamente com as autoridades competentes para a investigação do caso e espera que sejam tomadas as devidas providências legais contra o pesqueiro responsável pelo descarte irregular. Continuaremos monitorando e tomando medidas para garantir a segurança e a qualidade do abastecimento de água para a população de Artur Nogueira”, afirmou o Saean.
Apesar da suspeita de contaminação, o órgão informou que até o momento somente os parâmetros organolépticos, relacionados ao gosto e odor da água, foram afetados, e não há indicação de riscos à saúde.
O pesqueiro foi procurado pela reportagem, mais ainda não se posicionou sobre as denúncias.
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