Conhecida por ser a cidade natal do compositor e maestro Carlos Gomes, homenageado em um monumento-túmulo na região central da cidade, Campinas também se orgulha de ter feito parte da biografia de outro personagem histórico que é bastante cultuado no município: Hércules Florence, inventor, desenhista e apontado como um dos pioneiros da fotografia.
Também famosa por ser um polo tecnológico e científico e por sediar a Unicamp, uma das maiores universidades do mundo, a metrópole tem ainda participação na chegada da fibra óptica ao Brasil e na criação de alimentos consumidos no País. E as curiosidades não param por aí, já que o local que fabricou um dos chapéus mais icônicos do cinema funcionou em Campinas.
Para explicar melhor essas histórias, o acidade on Campinas selecionou cinco criações que tiveram a participação do município. A lista confirma a fama da cidade de ser berço de pensadores, criadores e figuras históricas. Confira:
FOTOGRAFIA
Francês radicado em Campinas no século XIX, Hércules Florence é apontado como um dos pioneiros da fotografia no mundo, já que a invenção em si não é atribuída a apenas um só autor e é considerada um processo de acúmulo de avanços alcançados por diversas mentes ao longo dos anos.
Mas além de ter feito experiências com uma câmera obscura em 1833, Florence hoje é reconhecido também como precursor do uso da palavra “photographie”, já que empregou o termo pela primeira vez pelo menos cinco anos antes do vocábulo começar a ser utilizado no continente europeu.
Hoje, além de dar nome a uma rua no bairro Botafogo, o inventor também é tema de um festival e de eventos realizados com frequência na cidade.
CHAPÉU DO ‘INDIANA JONES’
Atualmente preservada através da fachada e das icônicas chaminés, a antiga fábrica Chapéus Vicente Cury, no Botafogo, hoje dá lugar ao canteiro de obras de um empreendimento imobiliário. Considerado parte da história campineira e paulista, o local também ficou famoso por sua contribuição à sétima arte.
Nos anos 1980, um modelo de chapéu produzido pela marca foi usado pelo ator Harrison Ford no filme “Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida”. E para eternizar de vez o legado da fábrica de Campinas, o adereço também apareceu nos longas seguintes da franquia: “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, “Indiana Jones e a Última Cruzada” e “Indiana Jones e a Caveira de Cristal” .
FIBRA ÓPTICA
Meio de transmissão de dados utilizado em larga escala atualmente, a fibra óptica foi adaptada para o Brasil na Unicamp a partir de 1977. Em 2007, quando a pesquisa completou 30 anos, a universidade fez uma publicação em seu jornal com o título “Aos 30, fibra óptica mudou as telecomunicações do país”.
“O puxamento na Unicamp da primeira fibra óptica brasileira, em abril de 1977, simbolizou o sucesso de um grande projeto para a modernização das telecomunicações no país, colocado em execução anos antes numa parceria entre governo, universidade e empresas nacionais”, diz um dos trechos do texto.
A matéria lembra que, após a criação da fibra ótica em 1970, surgiu em Campinas o Grupo de Fibras Ópticas “com o claro objetivo de desenvolver a tecnologia de fabricação da fibra e depois transferi-la para a indústria nacional”.
“O grupo enfrentou inúmeras dificuldades, principalmente a burocracia na importação de equipamentos, chegando a construir no próprio instituto aqueles mais difíceis de adquirir”, completa a publicação, que cita que a primeira fibra brasileira foi puxada numa torre de dois metros de altura, em abril de 1977.
FEIJÃO CARIOCA
Desenvolvido pelo IAC (Instituto Agronômico de Campinas) também a partir da década de 70, o feijão carioca é muito consumido na maior parte do País. Curiosamente, a exceção é o Rio de Janeiro, onde predomina o feijão preto. As informações são do próprio instituto, ligado à pasta estadual de Agricultura.
Ainda segundo o órgão, desde os anos 1970, “58 novas variedades de feijão foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico, não somente do tipo carioca, mas também de feijão preto, rajado, vermelho”. As pesquisas resultaram em vários tipos de grãos que atendem ao mercado alimentício interno e externo.
TORTA HOLANDESA
Conhecida em todo o Brasil, a torta holandesa também surgiu em Campinas. A criação da sobremesa ocorreu no início dos anos 1990 pelas mãos de Silvia Leite, que nomeou o doce em homenagem ao tempo em que viveu na Europa.
Com o sucesso, Leite, que comercializava o doce na Rua Irmã Serafina, decidiu fechar a confeitaria e se se associar a uma indústria da região. A partir disso, a torta começou a ser produzida e distribuída em larga escala, abastecendo restaurantes, supermercados e outros tipos de estabelecimentos de todo país.
Compõem a sobremesa biscoitos triturados e uma camada de creme branco, assim como uma cobertura de chocolate e a decoração lateral com bolachas.
