Com o acumulado recorde de 286,44 milímetros de chuva em fevereiro, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de Campinas e outras cidades da região, voltou a atingir 73,8% do volume operacional. Em março, até o dia 8, já haviam sido registrados 87 mm de precipitação. A última vez que o nível foi alcançado foi em agosto de 2012, antes da crise hídrica no estado de São Paulo.
A repetição do problema, inclusive, foi descartada pelo coordenador de projetos do Consórcio dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), José Cezar Saad, que não vê motivos para preocupação. Mesmo com a queda das ocorrências de chuva nos próximos meses de 2023, ele não vê chance de desabastecimento na região.
“É bem provável que não tenhamos problemas de abastecimento neste ano de 2023. E há perspectiva para que 2024 seja um ano menos traumático do que já tivemos por conta desse volume reservado hoje no Sistema Cantareira”, disse o especialista em entrevista à rádio CBN Campinas.
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Assim como em Campinas e região, o volume de precipitações acima do esperado entre o final de 2022 e os dois primeiros meses deste ano foi o que causou a elevação dos níveis das represas. O total em fevereiro, de 284,4 mm, por exemplo, foi 42% superior à média esperada para o sistema, de 200,4 mm.
Ainda segundo Saad, como o consumo de água durante estiagem costuma ficar ao redor de 25%, a manutenção da média entre o segundo e o terceiro trimestres deve dar tranquilidade em relação à disponibilidade de água até o final do ano.
‘OUTONO METEOROLÓGICO’
De acordo com a previsão estendida do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, as famosas “águas de março” devem ocorrer no início desse mês. Em Campinas a tendência é de chuvas volumosas para os próximos dias, até 13 de março.
Já na segunda quinzena do mês, as chuvas irão para a normalidade, sem semanas atipicamente chuvosas ou secas. Segundo o Centro, março já é considerado o primeiro mês do “Outono Meteorológico”, período em que ainda ocorrem acumulados de chuvas expressivos, mas as temperaturas médias apresentam declínio, em comparação com o trimestre anterior.
“A gente entra no ‘Outono Meteorológico’, que é uma estação de transição. Em março ainda tem bastante chuva, mas as temperaturas já dão sinal de declínio. Depois, a partir de abril, é que as chuvas já caem bastante”, relata o meteorologista do Centro, Bruno Bainy (LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI).