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CotidianoCólegio particular de Valinhos desliga 8 alunos após caso de racismo; entenda

Cólegio particular de Valinhos desliga 8 alunos após caso de racismo; entenda

Colégio Visconde de Porto Seguro repudiou caso em nota oficial; estudantes enviaram mensagens racistas, xenofóbicas, gordofóbicas e com referências ao nazista Adolf Hitler e o fascista italiano Benito Mussolini

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Mensagens trocadas em grupo (Foto: Reprodução)
Mensagens trocadas em grupo (Foto: Reprodução)

O Colégio Visconde de Porto Seguro de Valinhos desligou oito alunos após um caso de racismo na unidade – que é investigado pelo MP (Ministério Público), pela Polícia Civil e Secretaria da Justiça e Cidadania. Em nota oficial divulgada hoje, o colégio particular repudiou o caso (veja nota na íntegra abaixo).

Nesta semana, um grupo de estudantes enviou em um grupo do WhastApp mensagens racistas, xenofóbicas, gordofóbicas e com referências ao nazista Adolf Hitler e o fascista italiano Benito Mussolini. Os ataques envolveram um outro aluno, negro, de 15 anos, da instituição.

De acordo com ele, o grupo no WhatsApp foi denominado de Fundação Antipetista. De acordo com a mãe do estudante, depois que o jovem foi adicionado e questionou as imagens, o grupo foi excluído.

DESLIGAMENTO

Hoje, em nota oficial, o colégio afirmou que os alunos envolvidos no caso foram desligados e deverão ser transferidos e matriculados em outra escola, conforme previsto pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

 

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Mensagens foram divulgadas em um grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução EPTV)
Mensagens foram divulgadas em um grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução EPTV)

 

INVESTIGAÇÃO

Ainda nesta sexta, o MP (Ministério Público) disse que também vai investigar os ataques racistas sofridos pelo estudante do Colégio Visconde de Porto Seguro de Valinhos. Já a SSP(secretaria de Segurança Pública) afirmou que a injúria racial foi registrada na Diju (Delegacia de Polícia da Infância e da Juventude) de Campinas.

“Após as medidas de polícia judiciária o caso foi encaminhado ao Poder Judiciário e segue em fase processual no Fórum de Valinhos. Detalhes serão preservados em decorrência do sigilo nas investigações e por envolver menor de idade”, disse em nota.

Já aSecretaria da Justiça e Cidadania, por meio da CPPNI (Coordenação de Políticas para População Negra e Indígena), abriu na quinta-feira (03) um expediente de investigação.

 

Estudante se manifestou na escola após caso de racismo (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)
Estudante se manifestou na escola após caso de racismo (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

O CASO

Entre as mensagens enviadas no grupo estava o seguinte: “Quero que esses nordestinos morram de sede”. Outra pessoa compartilhou uma imagem com Hitler e os dizeres “se ele fez com judeus, eu faço com petistas também”. Após ser adicionado no grupo e questionar as imagens, o aluno negro foi excluído.

Na manhã de terça-feira (1º), o jovem fez uma manifestação na escola em que frequenta. Em cima de uma mesa e com megafone na mão, ele disse que ninguém vai aceitar preconceito. “Pra todos esses alunos que fizeram esses comentários, é expulsão neles. Eles não podem ficar nesta mesma escola”, disse durante o ato acompanhado de amigos.

À reportagem da EPTV Campinas, o jovem afirmou que criou coragem para protestar por não se sentir confortável em estudar em uma escola em que pessoas fazem referência a nazistas. 

“A gente não se sente confortável na mesma escola de racistas, de nazistas. A gente fez esse protesto para exigir que isso aconteça mesmo e para não abafar o caso. Para não deixar as pessoas esquecerem. As pessoas têm que lembrar”, disse.

A vítima das agressões preconceituosas afirma que se revoltou e que sente vontade de lutar para que isso acabe. “Eu sinto raiva. Às vezes você até se sente culpado. É algo revoltante. Você quer lutar, não importa o quanto você se esforce, não importa se você não vai dormir, você quer lutar, você quer que isso acabe”.

Mensagem com símbolo nazista em grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)
Mensagem com símbolo nazista em grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

 

O QUE DIZ A DEFESA

O advogado dos alunos apontados como supostos autores dos ataques, Ralph Tórtima Stettinger Filho, afirmou que se surpreendeu com a decisão do colégio e descreveu o desligamento como uma precipitação.

 

“Primeiramente, porque os fatos alardeados ocorreram no domingo, imediatamente após o resultado das eleições, portanto fora do contexto escolar. Também, porque jamais houve o direcionamento de ofensa racial a qualquer aluno da escola”, argumentou o advogado.

“O que houve, sim, foi a evidente distorção dos fatos por quem os denunciou. Não tenho dúvida de que a desinformação colaborou para essa equivocada decisão. É algo que facilmente será demonstrado e merece correção. Esses pré-adolescentes sequer tiveram a oportunidade de serem ouvidos, quando então esclareceriam o ocorrido. Vejo que o espectro comercial preponderou na decisão do Colégio em relação ao aspecto humano, contrariando o que se espera de educadores”, completou Tórtima.

NOTA DA ESCOLA

Confira a nota do Colégio Visconde de Porto Seguro na íntegra:

“O Colégio Visconde de Porto Seguro preceitua a todos os seus alunos, há mais de 140 anos, valores éticos e de respeito ao próximo, praticados e reforçados continuamente, da Educação Infantil ao Ensino Médio e Abitur, de forma a fortalecer o reconhecimento e valorização da diversidade.

Prosseguindo com a apuração das manifestações de alunos de nosso Colégio em redes sociais no início desta semana, reiteramos nossa consternação e indignação com o conteúdo de caráter racista, antissemita e misógino de algumas dessas mensagens.

Reforçamos nosso repúdio veemente a toda e qualquer forma de discriminação e preconceito, os quais afetam diretamente nossos valores fundamentais. Nesse sentido, o Colégio aplicou aos alunos envolvidos as sanções disciplinares cabíveis nos termos do Regimento Escolar, inclusive a penalidade máxima prevista, que implica seu desligamento imediato desta instituição.

Considerando o atual contexto de intolerância e violência verificado em nossa sociedade, o qual se reflete nas famílias e grupos de amigos, em vista dos fatos recentes, o Colégio reforçará suas práticas antirracistas, de conscientização e respeito à diversidade, em todos os câmpus, abordando o assunto de forma ainda mais contundente em suas pautas cotidianas, com iniciativas envolvendo a comunidade escolar, inclusive com apoio de consultoria especializada, para procurar evitar a reincidência de uma situação gravíssima e inadmissível como essa.

Reiteramos nossa solidariedade e apreço a todos que foram ofendidos e continuaremos prestando o devido acolhimento aos alunos e famílias.

Seguiremos cumprindo a nossa missão de promover a educação e a cidadania, auxiliando nossos alunos no desenvolvimento da empatia e respeito ao outro, para a promoção de uma cultura de paz e tolerância mútua.

Contamos com o apoio muito próximo das famílias e dos alunos nessa caminhada, inclusive com o uso consciente das mídias sociais.”

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