Desde a última semana, moradores de Campinas têm acompanhado a extração de árvores em trechos conhecidos da cidade. Na Lagoa do Taquaral, árvores foram podadas e imagens registradas pelo acidade on mostraram inúmeros galhos e troncos caídos dentro do parque. Já no final de semana, a Administração iniciou a poda de 27 árvores no trecho entre a Avenida Francisco Glicério e a Rua da Abolição, na região central.
O que muitos se questionavam, afinal, era sobre os motivos dos cortes e se haveria algum tipo de compensação ambiental das árvores retiradas. Em entrevista, o secretário municipal de Serviços Públicos, Ernesto Paulella explicou sobre os trabalhos.
As extrações acontecem após chuvas intensas na cidade, que causaram a queda de centenas de árvores desde o final do ano passado. Duas quedas de árvore provocaram mortes, sendo uma no final de dezembro, de um motorista atingido por uma árvore que caiu no Bosque dos Jequitibás. Já no mês passado, uma criança de 7 anos morreu após ser atingida por uma árvore que caiu na Lagoa do Taquaral.
RETIRADA DE QUANTAS?
Questionado sobre o número de árvores extraídas e se há previsão de mais árvores a serem cortadas pelo DPJ (Departamento de Parques e Jardins), o secretário afirmou que a secretaria realiza o corte das 27 árvores no trecho entre a Glicério e Abolição, a extração de 25 eucaliptos da Lagoa do Taquaral e fez o corte de cinco árvores no Bosque dos Jequitibás. Além desses, o secretário afirma que os trabalhos são de retirada de árvores que já caíram durante o período de chuva.
“No período de 17 de janeiro até agora caíram 300 árvores adultas na cidade, isso em ruas e em praças também, por conta das chuvas severas que a cidade recebeu. Desde aí, ou até antes, desde o dia 24 de dezembro, que teve o acidente no Bosque, nós só estamos retirando árvore que caiu”, afirmou.
Segundo ele, não estão previstos mais cortes a princípio. “Não estamos cortando árvores, foi só na Lagoa, na Glicério e Abolição, e cinco árvores internas do Bosque que corriam risco segundo um levantamento que foi feito, e de resto estamos trabalhando na remoção de árvores que já caíram”, ressaltou.
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MOTIVOS
Segundo Paulella, os cortes das 27 árvores na Abolição e Glicério já estavam programados, após um laudo comprovar que o canteiro era incompatível com o tamanho das árvores. Sobre o local, ele afirma que Pasta aguarda a definição da Emdec sobre o trecho.
“Esse caso na Glicério e Abolição já estava programado desde o ano passado, para tirar por conta da gravidade da situação. Agora o que vai fazer lá eu ainda não sei. A Emdec, que cuida do trânsito, está avaliando se vai manter o canteiro ou não. Se mantivermos, nós vamos plantar árvores de menor porte, mais adequadas. Se não mantiver, ali vai se transformar em via de tráfego”, explicou.
Já os eucaliptos do Taquaral o secretário informou que são retirados 25, e a Prefeitura ainda aguarda o resultado dos demais, que são cerca de 2 mil.
“Na Lagoa do Taquaral nós estamos suprimimos 25 eucaliptos, porque o laudo do Instituto Biológico e do IPT pediu para fazer a supressão dos eucaliptos circunvizinhos daquele que caiu. Então nós fizemos essa avaliação e está sendo cortado, ainda está cortando, 25 eucaliptos. Os demais pedimos análise para o Instituto Florestal, estamos aguardando”, disse.
NÃO DAVA PARA REPLANTAR?
Questionado se havia a possibilidade de replantio das árvores, o secretário explicou que não seria possível por causa do tamanho. “São árvores adultas, muito antigas, não tem possibilidade de transplante”, pontuou.
Já questionado sobre a compensação ambiental, o secretário citou que mais de 100 mudas já são plantadas diariamente pela Prefeitura.
“Compensação ambiental existe para empreendimentos imobiliários, no caso do poder público não existe isso formalmente. A Prefeitura planta diariamente mais de 100 árvores em vias e logradouros públicos. O que extraímos precisava ser retirado, e já plantamos árvores diariamente em outros locais”, finalizou.
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