Na tarde desta terça-feira (1º), a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que apura a suposta cobrança de vantagens indevidas para manutenção na contratação ou prorrogação de contratos de empresas terceirizadas pelo Legislativo ouviu o vereador Marcelo Silva (PSD). Além disso, foram definidas três novas oitivas para a semana que vem.
“Queremos ouvir três pessoas na próxima quarta-feira, dia 9. Às 13 horas questionaremos Danilo Palma, irmão do empresário Celso Palma, do Grupo Mais. Às 14, devemos falar com o proprietário da TV Costa Norte, Reuben Nagib Zeidan, e às 15 com Alexandre Rocha, diretor técnico e preposto também da TV Costa Norte”, diz o vereador Paulo Gaspar (Novo), presidente da CPI.
Celso Palma denunciou suposta cobrança de benefício indevido por parte do então presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB), para renovar o contrato entre a CMC e o Grupo Mais, atual prestador de serviço da TV Câmara. Em depoimento a CPI, ele afirmou que oito anos atrás o irmão dele, Danilo Palma, também teria sido vítima de uma tentativa similar, razão pela qual a CPI quer ouvi-lo.
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SOLICITAÇÃO DE DOCUMENTOS
O vereador Marcelo Silva depôs à CPI por cerca de uma hora na tarde desta terça e foi questionado sobre detalhes da denúncia feita por Celso Palma ao Ministério Público, uma vez que segundo o empresário o parlamentar o auxiliou no encaminhamento da denúncia.
A CPI também determinou nesta tarde o encaminhamento de uma série de solicitações de documentos e imagens à Câmara envolvendo contratos e processos da Casa.
RELATOR E INTEGRANTES
A CPI tem como relator o parlamentar Major Jaime (PP) e o prazo de 90 dias corridos para conclusão dos trabalhos teve início em 10 de outubro. Os outros integrantes, definidos por sorteio são:
- Paulo Gaspar (Novo) – presidente
- Paolla Miguel (PT)
- Carmo Luiz (PSC)
- Paulo Bufalo (PSOL)
- Luiz Cirilo (PSDB)
- Higor Diego (Republicanos)
EM AGOSTO
Em agosto, Zé Carlos (PSD) foi alvo de uma operação do Ministério Público junto com o então subsecretário de relações institucionais da casa, Rafael Creato. A suspeita é que Zé Carlos tenha exigido vantagens pessoais para manter ou renovar contratos com prestadores de serviços para a câmara municipal, o que configura corrupção passiva.
Outro investigado por corrupção passiva, Rafael Creato, pediu exoneração no mês passado do cargo de subsecretário de relações institucionais da câmara de campinas. No início do mês trinta vereadores votaram a favor da abertura da CPI pra apurar o caso.
ÁUDIOS
Os promotores apuram um suposto esquema de cobrança de propina na Casa de Leis. Segundo as investigações, Zé Carlos exigia vantagens pessoais para manter ou renovar contratos da Câmara Municipal.
Os novos áudios, obtidos pela EPTV Campinas, mostram conversas gravadas por um empresário que fez a denúncia. Na conversa, de janeiro do ano passado, Zé Carlos sinaliza que pode desistir de fazer uma nova licitação e renovar o contrato com o empresário se ele não “o ajudar”.
“Eu tenho um tempo para fazer uma licitação, tenho quatro meses para fazer uma licitação, eu não quero fazer se você não me ajudar”, diz Zé Carlos. “Claro, eu estou aqui pra isso”, responde então o prestador.
“Eu posso fazer essa nova licitação ano que vem se a gente não se acertar. Eu não quero prejudicar você. Eu quero saber o que nós podemos melhorar, aonde nós podemos chegar, entendeu? Pra gente dar uma… temos que dar uma enxugada”, completou o presidente da Câmara.
Em outra gravação, Zé Carlos chega a falar de “garantia de ajuda”. “(…) que o acordo feito é 800, entendeu? Ele garantiu, ele garantiu que vai me ajudar… você me ajuda (…)”. O áudio foi registrado em 2 de agosto de 2021.
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