O dentista acusado de estuprar um jovem de 16 anos em Valinhos não compareceu à delegacia para prestar depoimento na tarde desta quarta-feira (21). Com isso, a Polícia Civil informou que deve fazer uma nova intimação. A defesa do homem, porém, nega ter sido avisada sobre a data do depoimento.
O delegado responsável pelo caso, Júlio César Brugnoli, confirmou na terça-feira (20) que abriu um inquérito para investigar a suspeita de abuso contra a adolescente durante uma consulta. O caso teria ocorrido em 12 de dezembro e os pais da adolescente registraram o boletim de ocorrência no dia seguinte.
Pelo depoimento da mãe, a filha era paciente do consultório, que fica no bairro Santa Cruz, e já tinha se incomodado com alguns toques do dentista antes, mas afirmou que pensava que as situações fossem acidentais. Depois do último atendimento, a menina relatou que foi assediada e tocada de forma intencional.
Nesta quarta, a advogada da adolescente, Priscila Rangel, protocolou na Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher de Valinhos os nomes de outras quatro supostas vítimas do dentista. A polícia já informou que ainda não tem registros sobre esses casos atualmente, mas deve apurar os possíveis crimes.
RELATO DA MÃE
Ainda abalada, a mulher detalhou em entrevista concedida à EPTV Campinas como foi a conversa que teve com o dentista depois da filha relatar do abuso.
Segundo ela, o homem não negou o crime em nenhum momento do diálogo.
“Ele disse ‘traz a sua filha aqui, porque, se eu toquei nela indevidamente, quero conversar com ela’. E em nenhum momento falou assim pra mim: ‘vou te processar, isso é mentira’. O que eu vi ali foi uma pessoa desesperada para que eu acreditasse nele, pra que eu levasse a minha filha lá e isso fosse abafado”, diz.
A mãe ainda clama por Justiça, afirma que não quer ser indenizada pelo dentista e torce para que as outras vítimas tenham coragem ara denunciar.
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O CASO
O inquérito foi aberto depois que a mãe da jovem relatou em um boletim de ocorrência que, assim que a menor entrou na sala de atendimento no dia 12, o dentista a teria tocado nos seios. Depois disso, ao finalizar a consulta, o suspeito teria tocado ainda a virilha, tentado colocar a mão dela na genitália dele e se esfregado nas nádegas da paciente quando ela se levantou para deixar o local.
Ainda de acordo com o depoimento, ao contar sobre o estupro que teria sofrido naquele dia, a garota detalhou aos familiares que foi tocada outras vezes. “A representante declara que a vítima relatou no dia anterior aos fatos o que havia acontecido, mas que a situação ocorreu outras vezes. Porém, a vítima pensava que ‘era sem querer’ e por isso a mesma não relatou”, diz um trecho do boletim.
A advogada da família, Priscila Rangel, confirma a alegação da adolescente de que o homem teria cometido os atos anteriormente. “Primeiro ele causa a sensação de que foi sem querer. Mas se a pessoa não tiver reação contrária, e se sente tranquilo pra continuar. E chegou ao extremo”, diz ela.
NAS REDES
No fim de semana, o perfil da jovem postou um vídeo do pai na recepção da clínica gritando com o dentista. O texto diz que a situação ocorreu após o registro do boletim na delegacia do município. Em outra postagem, a adolescente diz ainda que o caso fez com que outras vítimas fizessem contato com a família. O delegado nega, por enquanto, mas vai apurar.
O OUTRO LADO
A reportagem da emissora encontrou o local fechado na tarde desta terça (20). No final da tarde, o dentista enviou um comunicado oficial no qual disse que não teve acesso ao boletim de ocorrência.
“A acusação é absurda e não possui qualquer fundamento. Já solicitei o levantamento das gravações de vídeo realizadas no dia da consulta, para atendimento das autoridades e total esclarecimento”, alega o homem.
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