A Polícia Civil de Campinas investiga a empresa Meekah Speed por suspeita de não cumprir contratos para a captação de verbas de leis de incentivo para projetos culturais, sociais e educacionais. Ao todo, 30 boletins de ocorrência foram registrados por clientes que alegam que nunca tiveram acesso aos recursos e que reclamam da demora na devolução dos valores investidos.
Entre as pessoas que procuraram a polícia, está Sabrina Almeida, que contratou a consultoria com o marido para a elaboração de um projeto sobre um evento de música eletrônica. “Pagamos R$ 5 mil para obter a verba de R$ 1 milhão para a execução desse projeto. Desde então, passaram-se dois anos e não recebemos nada. Espero que a Justiça seja feita”, diz a assistente administrativa.
O contrato foi assinado por Sabrina e o marido em 2022. Depois disso, em 2023, eles receberam um parecer avisando sobre a aprovação do projeto e chegaram a abrir uma conta em um banco digital para o recebimento dos valores prometidos. O montante, porém, nunca foi transferido aos dois. O relato é semelhante aos de outras dezenas de clientes de Campinas e outros locais.
O caso começou a ser investigado pelo 3º DP (Distrito Policial) da cidade, mas foi encaminhado para a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) devido ao grande volume de denúncias recebidas pelas autoridades. Procurada pela EPTV Campinas, a entidade se manifestou através de uma nota na qual alega ser alvo de uma campanha de difamação e fake news nas redes sociais (leia abaixo).
Empresa possui denúncias em outros estados
De acordo com o delegado da DIG de Campinas, Luiz Fernando Dias de Oliveira, responsável por apurar as supostas fraudes, o caso foi encaminhado à delegacia devido ao volume de denúncias e à complexidade da apuração. “Era um número determinado, mas, segundo informações do inquérito, pode ser um número muito superior, Inclusive, em diversos estados da federação”, detalha.
Os sócios e fundadores da empresa foram intimados para se manifestar sobre as denúncias, mas somente um representante foi ouvido pela polícia até o momento. Na ocasião, ele prometeu enviar uma documentação que comprovasse que as atividades eram lícitas e eram realizadas de forma idônea. Até o momento, no entanto, nada foi apresentado aos investigadores.
Com isso, o delegado alega que a investigação deve ser focada em buscar diretamente os responsáveis pelas operações da Meekah na cidade e no resto do Brasil. “A gente parte do pressuposto de que há necessidade de intimar os responsáveis pela empresa. Em uma primeira intimação, ainda quando o inquérito estava no 3º DP, eles deixaram de comparecer”, informou à EPTV.
Meekah se manifestou nas redes e em nota
Revoltados pela falta dos aportes contratados e de respostas por parte da empresa, diversos clientes se uniram em grupo para apresentar as denúncias. Em um perfil no Instagram, vídeos, textos e atualizações sobre as investigações são compartilhados pelas supostas vítimas com o intuito de cobrar soluções. A conta também é usada para mostrar matérias e reportagens sobre o assunto.
Ciente dos perfis e das denúncias, a Meekah Speed também se manifestou diversas através da rede social, citando nominalmente e com fotos pessoas que alega serem responsáveis por “vazamentos de documentos internos” e ações de “incitação ao ódio”. Procurada pela EPTV Campinas para se posicionar sobre as denúncias, a entidade voltou a se defender e a negar os supostos crimes.
“A empresa tem sido vítima de factoides e manifestações de ódio de pessoas que se articulam produzindo boletins de ocorrência e fake news nas redes sociais e que têm o objetivo de fazer chantagem e extorsão financeira”, diz um trecho do comunicado. O texto afirma ainda que a Meekah processou algumas dessas mobilizações contrárias à empresa e que pretende cumprir seu papel social.
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