O empresário Roberto Mantovani Filho, de Santa Bárbara dOeste, que é apontado pela Polícia Federal como um dos três brasileiros responsáveis pelas agressões ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e seu filho, já foi candidato a prefeito na região. A agressão aconteceu no aeroporto internacional de Roma, na Itália, onde o ministro foi hostilizado e teve o filho agredido. Mantovani e os outros brasileiros apontados como responsáveis pelas ofensas foram intimados a prestar depoimento na Polícia Federal de Piracicaba.
A Polícia Federal identificou os três agressores. Os outros dois são uma mulher, identificada como Andreia Mantovani, esposa de Roberto, e Alex Zanatta. Esse último deve prestar depoimento em Piracicaba já neste domingo (16). A defesa deles foi procurada pela reportagem, mas ainda não há uma manifestação sobre o caso.
CANDIDATO A PREFEITO
Mantovani, que chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, foi candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste em 2004, pelo PL (Partido Liberal), mas perdeu as eleições. Atualmente, ele é filiado ao PSD.
A AGRESSÃO
O ministro do Supremo foi hostilizado e teve o filho agredido, no aeroporto de Roma, na noite de sexta-feira (14). Moraes estava na Itália para fazer uma palestra na Universidade de Siena, e quando estava no aeroporto de Roma, foi vítima de agressões. O filho do ministro também chegou a ser agredido por um dos envolvidos.
As agressões começaram com Andréia xingando o ministro de “bandido, comunista e comprado“. Na sequência, o marido dela forçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro. Com o impacto, os óculos do filho do ministro caíram no chão.
Após a agressão, Roberto, Andréia e Alex Zanatta prosseguiram com os xingamentos.
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INVESTIGAÇÃO
Os envolvidos na ação foram abordados pela Polícia Federal ao desembarcarem no Brasil depois de identificados por reconhecimento facial. Os três brasileiros se tornaram alvos de um inquérito da Polícia Federal, e devem prestar depoimento.
Segundo o código penal, os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira. Os envolvidos podem responder por agressão, ameaça, injúria e difamação.
SOLIDARIEDADE
A ação contra o ministro Alexandre de Moraes e sua família foi repudiada por autoridades brasileiras, que prestaram solidariedade.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou em suas redes sociais: “Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser “elite” mas não tem a educação mais elementar.”
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD, afirmou que “atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família, ontem, são inaceitáveis. A eles, minha solidariedade. Mais do que criminoso e aviltante às pessoas, às instituições e à democracia, esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico.”
O presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas, também prestou apoio. “Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar. Democracia se faz com debate e não violência.”
O senador Sergio Moro, do União Brasil, publicou que “nada justifica ataques ou abordagens pessoais agressivas contra Ministros do STF ou seus familiares. Minha solidariedade ao Min @alexandre. Não é esse o caminho.”