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CotidianoEntenda o caso do padre da igreja do Carmo acusado de xingar trabalhadores em Campinas; defesa nega acusação

Entenda o caso do padre da igreja do Carmo acusado de xingar trabalhadores em Campinas; defesa nega acusação

O padre foi afastado pela Arquidiocese de Campinas da função sacerdotal após denúncias de ofensas racistas

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A defesa do padre Silvio Tesche, vigário paroquial da Basílica Nossa Senhora do Carmo, investigado por ofensas racistas e agressão física contra trabalhadores de um prédio comercial, no Centro de Campinas, informou nesta terça-feira (25), que os fatos investigados não aconteceram da forma como foram denunciados pelas vítimas. Em nota enviada à Agência Estado a defesa informou que o padre só irá se manifestar nos autos do processo. A defesa do sacerdote nega o teor da acusação.

“Tendo em vista os princípios do contraditório, ampla defesa e devido processo legal, a defesa técnica e o acusado somente se manifestarão nos autos do processo”, informou a nota.

O padre foi afastado pela Arquidiocese de Campinas da função sacerdotal após denúncias de ofensas racistas. Ele é acusado de ter chamado uma bancária de “neguinha” e “mula”, e um manobrista de “macaco”. As duas vítimas fizeram denúncia na Polícia Civil, no ano passado, que resultou na abertura de inquérito. Os casos correm separadamente em duas varas criminais de Campinas.


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Em junho, a Justiça aceitou o pedido de denúncia do MP e tornou o padre réu por injúria racial. Paralelo a ação criminal, a Cúria Metropolitana apura o caso e o vigário foi afastado na semana passada.

OS CASOS

Os casos aconteceram no ano passado em um prédio comercial da região central de Campinas. No primeiro evento, no dia 30 de setembro, o padre teria se negado a deixar a chave do seu carro com o manobrista, um homem de 57 anos.

O homem explicou que era norma do edifício e o padre teria reagido com agressão verbal, chamando-o de “macaco”, além de ter batido com a mão em seu peito. Ao cobrar explicações, o padre teria dito que “era por isso que não gostava de negro” e o chamado de “petista filho da p….”.

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O outro episódio, ocorrido um mês depois, envolveu funcionárias de uma agência bancária que funciona no mesmo edifício. Inicialmente, o padre se indispôs aos gritos com uma recepcionista de 23 anos, a quem chamou de “burra” e “neguinha”, após ela ter informado que a gerente não poderia atendê-lo de imediato.

A gerente acorreu em defesa da funcionária e também foi ofendida, sendo chamada de “burra, incompetente e boçal”, segundo a denúncia. Os dois casos foram denunciados à Polícia Civil e resultaram na abertura de inquéritos. Em junho, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público Estadual e tornou o padre réu.

“O MPSP ofereceu denúncia que foi recebida pelo juízo, tendo sido apresentada resposta à acusação. Confirmado o recebimento da denúncia, se seguirão audiência de instrução, debates e julgamento”, informou o MP. Em janeiro deste ano, o crime de injúria racial – ofensa em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional – foi equiparado ao racismo, mas os eventos que envolvem o padre são anteriores à nova lei.

No último dia 18, a Arquidiocese de Campinas publicou decreto assinado pelo arcebispo dom João Inácio Müller proibindo o padre Silvio do exercício do ministério sacerdotal “dentro e fora dos limites territoriais da Diocese, até que seja determinado o contrário”.

Conforme o documento, a medida foi tomada “no intuito de prevenir escândalos, proteger a liberdade das pessoas envolvidas e tutelar o curso da justiça”. O padre continua com direito à remuneração de dois salários mínimos – R$ 2,6 mil – para seu sustento, mas deve arcar com as custas de sua defesa. A arquidiocese abriu também uma investigação prévia sobre a conduta do sacerdote, levando em conta as denúncias apresentadas contra ele.

A reportagem procurou o padre Silvio Tesche, mas o secretariado da paróquia informou que ele se encontra em recolhimento e não se manifestará. Porém a defesa enviou nota.


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