Após atingir 65% do volume de chuva esperado para abril, a região de Campinas deve ter pela frente um período severo de seca em maio, junho e julho, conforme a previsão do Consórcio das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
Conforme o coordenador de projetos do consórcio, José Cesar Saad, choveu até o momento 37 milímetros dos 57 milímetros da média histórica, o que preocupa por conta dos níveis dos reservatórios que abastecem a região e o estado.
“No Sistema Cantareira, que é nossa grande reserva, a chuva está em 16% da média histórica. Os institutos de meteorologia indicam que maio, junho e julho terão chuvas abaixo da média histórica, o que indica uma estiagem severa”, diz.
Com a vazão 45% abaixo do esperado no ponto de captação de Paulínia e de 33% no ponto da cidade de Valinhos, o Rio Atibaia comprova os reflexos da estiagem em baixa, já que a vazão registrada este mês é de 12,49 metros cúbicos por segundo.
Os dados foram registrados durante o monitoramento do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). No ponto de captação de Valinhos, por exemplo, a vazão é de 18,87 metros cúbicos por segundo, índice 33% abaixo da média para o mês.
Em Paulínia, o dado é 45% menor que os 26,39 m³/s esperados para este mês.
MONITORAMENTO
Responsável pelo monitoramento do panorama hídrico em todo o estado de São Paulo, a sala de situação do Daee aponta que os últimos anos têm sido críticos.
A coordenadora do departamento, Ísis da Silva Franco explica que a piora foi indicada após observação em 50 estações espalhadas pelo território paulista.
“Monitoramos chuva, nível e vazão. Essas informações nos auxiliam no monitoramento das inundações e da estiagem na bacia. O que a gente tem verificado nos últimos tempos, nos últimos anos, é que tem se agravado”, conclui.