O Banco de Leite Humano do Hospital Maternidade de Campinas conta nesta segunda-feira (3) com metade do estoque ideal para alimentar os bebês internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e na UCI (Unidade de Cuidados Intermediários). Por esse motivo, uma campanha foi iniciada.
De acordo com a instituição, a média atual de armazenamento é de apenas 140 litros, mas o volume mínimo para atender 40 vagas de UTI e 22 de UCI seria de pelo menos 200 litros mensais. Com isso, a ideia é que as mães da cidade e da região façam a doação do leite excedente (veja abaixo o esquema de coleta).
Cada litro doado pode alimentar até 10 recém-nascidos por dia, conforme o hospital. “O leite materno é o único alimento completo para nutrir os bebês por, no mínimo, seis meses de vida de forma exclusiva, e até dois anos, se for complementado com outros alimentos”, complementa ainda a maternidade.
Nascem por mês cerca de 750 bebês na Maternidade de Campinas. Destes, 60% são atendidos pelos SUS (Sistema Único de Saúde). Embora a média seja de 25 nascimentos por dia, atualmente o local tem apenas 56 doadoras cadastradas.
COMO DOAR
É necessário que as mulheres interessadas sejam saudáveis, que estejam amamentando o próprio filho e que tenham uma produção excedente de leite após a mamada.
O primeiro passo é fazer contato prévio pelo telefone (19) 3306-6039 para o cadastramento e agendar a realização da coleta de sangue. Depois, receberão as orientações e os materiais para a coleta e armazenamento.
O exame de sangue é feito no ambulatório da Av. Francisco Glicério, nº 1913. O procedimento é necessário para a verificar Sífilis, Hepatites B e C, doença de Chagas, HTLV (Vírus Linfotrópico da Célula Humana) e HIV (Aids).
“A coleta do leite é feita pelas próprias mães, em suas residências. Elas tanto podem entregar os frascos no Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas ou aguardar a retirada quinzenal feita pela instituição em suas casas, para aquelas que residem em Campinas”, afirma Giovana Batista de Souza, coordenadora do Banco de Leite do Hospital Maternidade de Campinas.
DADOS
Conforme a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), a amamentação em volume e frequências ideais poderia evitar mais de 823 mil mortes de crianças e 20 mil óbitos maternos a cada ano, no mundo.
“O aleitamento materno é a forma mais natural e segura de alimentar a criança no início da vida. No leite materno são encontrados diversos componentes imunológicos, tornando esta prática essencial para alcançar o crescimento e o desenvolvimento infantil adequados, além de promover benefícios para a saúde física e psíquica da mãe e do bebê.”, explica a médica pediatra da Maternidade, doutora Tereza Aparecida Fernandes Mathiazzi.