Um levantamento realizado em Campinas aponta que 61% das pessoas ouvidas em um estudo têm pessoas próximas que tiveram contato, ou problemas relacionados à dependência de drogas.
A pesquisa foi feita pelo congresso Freemind, que acontece até amanhã (18) no município e tem o objetivo de discutir ações de prevenção. Ao todo, foram entrevistadas cerca de 800 pessoas.
Os participantes são servidores das pastas municipais de Educação, Saúde, Assistência, Segurança Pública e de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas de Campinas que vão passar pela capacitação.
O responsável pela organização do evento, Paulo Martelli, reconhece que o resultado é preocupante. Para ele, a prevenção é a melhor saída, principalmente em relação às crianças e aos jovens.
“É um processo que tem que ter capacitação, informação, comunicação e formação desde as infância menor, de crianças com quatro ou cinco anos, por exemplo”, argumenta o coordenador.
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TRABALHO EM CAMPINAS
Entre os trabalhos de prevenção desenvolvidos em Campinas, o Instituto Padre Haroldo desenvolve atividades de cultura, artes e esportes voltadas exclusivamente a crianças e também adolescentes.
A coordenadora do programa da ONG (Organização Não Governamental), Vanessa Aguiar, explica que o objetivo é utilizar as ações como meios de socialização e de criação e fortalecimento de vínculos.
“Essencialmente a convivência vai fazer a gente escutar e se aproximar da criança e do adolescente. É assim que a gente vai identificar as situações de risco e construir proposta de superação”, defende ela.
RECUPERAÇÃO E SUPERAÇÃO
A coordenadora de captação de recursos do Instituto Padre Haroldo, Lorete Blanch, chegou a viver em situação de rua durante três anos e passou por um tratamento de 11 meses na clínica do local.
Para ela, o mais difícil foi ter uma rede de apoio. “Tendo a rede de apoio e pessoas que acreditem em você, fica mais fácil”, detalha ela, que hoje trabalha na ONG que a acolheu no passado.
PSIQUIATRA COMENTA
O coordenador-geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas do Ministério da Saúde, o psiquiatra Quirino Cordeiro, também participa do congresso, que acontece em um espaço de eventos de Campinas.
“Chega um momento em que o indivíduo infelizmente não consegue mais deixar de consumir e começa a intensificar o uso da substância para diminuir um desprazer e perde totalmente o controle”, afirma.
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