Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) detectou uma nova variante do coronavírus na cidade de Sumaré. A mutação, denominada como P.4, foi anunciada nesta terça-feira (25), e ainda não se sabe se ela é mais contagiosa ou perigosa do que a cepa original da covid-19.
Segundo o responsável pela pesquisa e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior, a P.4 tem origem ainda desconhecida e foi identificada primeiro em uma amostra de Itirapina, no interior de São Paulo. Depois, o estudo apontou que a variante poderia estar circulando em outras cidades do estado, incluindo Sumaré.
Questionada, a Prefeitura de Sumaré informou que a Secretaria Municipal de Saúde não recebeu confirmação vindo do Instituto Adolfo Lutz, responsável pelas análises, sobre a presença de nova variante no município. Disse ainda que a Vigilância Epidemiológica entrará em contato com o Instituto para questionar a informação.
LEIA TAMBÉM
Cepa indiana: Campinas fará ‘triagem’ de passageiros do Maranhão e Argentina
SAÚDE DO ESTADO
Em nota, a Secretaria de Saúde estadual informou que, até o momento, não há notificação oficial da variante P.4. A pasta disse ainda que, após análises do Instituto Adolfo Lutz e do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), foram encontrados 375 casos autóctones de outras quatro variantes até 26 de maio. São elas:
– 1 confirmação de B.1.617.2 (caso de Campos dos Goytacazes (RJ) não há registro de um caso autóctone desta linhagem em SP)
– 3 confirmações de B.1.351
– 15 confirmações de B.1.1.7
– 356 confirmações de P.1
“Atualmente, somente três são consideradas ‘variantes de atenção’ pelas autoridades sanitárias devido à possibilidade de aumento de transmissibilidade ou gravidade da infecção, por exemplo. São elas: P.1, B.1.1.7 e B.1.351″, informou a secretaria em nota.
O QUE SE SABE DA NOVA VARIANTE
Segundo o pesquisador, as análises da universidade foram submetidas ao Global Initiative on Sharing All Influenza Data, iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus.
Ainda segundo o pesquisador, a nova variante é parente da P.1, porque ela tem a mesma origem: a B.1.1.28 – linhagem que deu origem à P.1, à P.2, identificada no Rio de Janeiro, e à P.3, identificada nas Filipinas.
Além de Sumaré, a mutação também foi detectada nas cidades de Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú, Itirapina, Rio Claro, Araras, Mococa e Cesário Lange.