*Matéria atualizada no dia 26 de setembro, às 18h50, após envio de correção de informações por parte do Ministério Público Federal
Uma família que utilizava o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, para enviar cocaína à Europa foi condenada a 206 anos de prisão por lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Segundo o MPF (Ministério Público Federal), Roberley Eloy Delgado é apontado como o líder da organização criminosa. De acordo com o órgão, ele foi condenado a 112 anos de prisão.
Ainda de acordo com a denúncia do MPF, as transações feitas pela quadrilha envolviam a circulação de quantias em espécie, operações financeiras ilegais e a aquisição de imóveis e veículos sem registro.
“Roberley era peça-chave nas atividades de tráfico desbaratadas em 2020, na chamada Operação Overload. Ele intermediava as remessas de cocaína com destino a terminais europeus, mantinha contato com fornecedores da droga e realizava a distribuição de valores obtidos com as vendas”, informou o por meio de nota Ministério.
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Demais condenações
A esposa de Roberley, Gislaine da Silva, também foi condenada por participação nos crimes. Segundo a sentença da 1ª Vara Federal de Campinas, ela deverá cumprir 35 anos de prisão.
Além do casal, as condenações incluem duas irmãs do traficante, Mirlene Hermínia Delgado Alves e Meire Cristina Delgado dos Santos, dois cunhados dele, Clodoaldo Aparecido dos Santos e Rafael Augusto da Silva, e o operador financeiro André de Azevedo Avelino. Somadas, as penas chegam a 206 anos de detenção.
Operação Overload
As investigações do MPF também apontam que Roberley era peça-chave nas atividades de tráfico que aconteceram em 2020, na chamada Operação Overload. Ele intermediava as remessas de cocaína com destino a terminais europeus, mantinha contato com fornecedores da droga e realizava a distribuição de valores obtidos com as vendas.
No ano passado, o traficante já havia sido condenado a outros 26 anos e nove meses de prisão por sua atuação no esquema instalado em Viracopos.
Lavagem de dinheiro
Parte do dinheiro obtido com o tráfico foi apreendido com Roberley em setembro de 2020. Na época, foram encontrados R$ 342 mil em espécie, além de dólares e euros.
As investigações demonstraram que outra parcela dos recursos ilícitos circulava pelo sistema bancário por meio das contas de suas irmãs, da própria filha, que era menor de idade, e de empresas registradas em nome de laranjas. As quantias eram lavadas também a partir de empréstimos intermediados pela empresa AAX Consultoria em Gestão Empresarial, de André Avelino.
“As operações camuflavam-se com a simulação de contratos de compra e venda entre familiares de Roberley e os tomadores desses empréstimos. As transações não tinham autorização do Banco Central nem passavam por fiscalização do sistema financeiro”, informou o MPF.
Além disso, a lavagem de dinheiro era feita pela aquisição de bens. As investigações revelaram que o dinheiro da exportação de drogas foi usado para a compra de 13 veículos e nove imóveis, todos sem registros. Entre essas propriedades estão participações em um hotel em Foz do Iguaçu e uma chácara em Monte Mor.
Esquema criminoso
O tráfico pelo Aeroporto Internacional de Viracopos envolveu uma extensa rede de operadores, entre fornecedores de drogas, articuladores de logística e funcionários do terminal. A cocaína era acondicionada em bagagens convencionais.
Informações internas repassadas aos traficantes permitiam o mapeamento das rotinas de vistoria de cargas. Já as trocas de turno das equipes e as brechas de segurança que auxiliavam no trânsito das malas até as aeronaves.
Durante as investigações, as autoridades conseguiram apreender 138 kg da droga que era negociada pelo grupo.
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