O governo de São Paulo voltou a recomendar às cidades paulistas o retorno da obrigatoriedade do uso de máscara no transporte público. A medida acontece após a análise técnica do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde contra o avanço dos casos de covid-19. Decreto com a nova regulamentação será publicado no Diário Oficial do Estado nesta sexta-feira (25).
Em Campinas, a decisão de recomendação para o uso de máscaras em locais pouco ventilados (sem ventilação natural), com aglomerações e em transportes públicos já havia sido feita ontem. Hoje após a nova recomendação do Estado, a reportagem entrou em contato com a Administração municipal que informou que continua recomendando o uso “fortemente”.
Além disso, ainda estão mantidas as medidas vigentes do decreto 22.146, de maio deste ano, sendo obrigatório o uso do equipamento em todos os serviços de saúde por funcionários e visitantes de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e também por pessoas suspeitas ou confirmadas de doenças respiratórias transmissíveis, seja em ambientes abertos ou fechados.
Também nesta quinta-feira (24) a cidade de São Paulo decidiu retomar a obrigatoriedade do uso de máscara no transporte público a partir deste sábado (26). A regra é válida para usuários de ônibus, trem e metrô.
LEIA TAMBÉM
Covid-19: apenas 20% de adolescentes de 12 a 17 anos tomaram 3ª dose em Campinas
Covid-19: 75% dos pacientes internados não completou esquema vacinal em Campinas
Veja a nota do Conselho Gestor da Secretaria Estadual de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde
Nas últimas semanas o Estado de São Paulo tem apresentado aumento expressivo na transmissão do Sars-Cov-2, que se reflete principalmente nos indicadores de internações por COVID-19 em leitos de enfermaria e UTI, que nos últimos 14 dias mostram crescimento de 156% e 97,5%, respectivamente, chegando a uma média diária de mais de 400 novas internações.
A velocidade de aumento de internações (5% ao dia para pacientes em UTI e 7% por dia para pacientes em enfermarias) e taxas de ocupação de leitos de UTI (44% no Estado de São Paulo e 59% na Região Metropolitana de São Paulo) é acentuada e começa a pressionar os sistemas de saúde público e privado.
Embora existam sinais de que a curva de internações esteja chegando a um patamar na RMSP, observa-se a interiorização, com crescimento de novas internações e ocupação de leitos de UTI nas regiões do interior e litoral paulista. Soma-se a isso um número crescente de profissionais de saúde se afastando do trabalho por apresentarem COVID-19.
Circulam atualmente diversas subvariantes da variante Ômicron, ainda com predominância da subvariante BA.5 e crescimento progressivo da casos relacionados à subvariante BQ1. As internações referem-se principalmente a pacientes mais idosos e/ou com comorbidades/imunodeprimidos, mais vulneráveis a descompensações e complicações relacionadas à infecção pelo Sars-Cov-2, o que permite prever aumento de óbitos nas próximas semanas. Frente ao quadro atual, o Conselho Gestor da SCPDS apresenta as seguintes recomendações:
– Reforçar com maior ênfase a necessidade de que todos os adultos com mais de 18 anos recebam as doses de reforço das vacinas. Ainda são 10 milhões de adultos que não tomaram a 1a dose de reforço e 7 milhões sem a 2a dose de reforço, e a necessidade de aumentar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes. Tem sido observado aumento de internações nesse grupo populacional e a vacinação é necessária e segura para proteger nossas crianças e adolescentes.
– Reforçar a necessidade de disponibilidade de tratamento com antivirais a pessoas com covid-19 com sintomas leves ou moderados, especialmente nos grupos vulneráveis para evitar quadros graves que possam levar a internação e eventualmente a perda de vidas.
– Reiterar a recomendação de volta da obrigatoriedade de utilização de máscaras em situações de maior risco de transmissão do vírus, notadamente no transporte público, reforçando a necessidade de uso obrigatório de máscaras em serviços de saúde, incluindo farmácias, onde há maior probabilidade de pessoas sintomáticas procurarem testagem e medicamentos sintomáticos para quadros gripais.
– Recomendar o uso de máscaras para os grupos populacionais mais vulneráveis, incluindo os mais idosos e pessoas com comorbidades.
Esse Conselho permanece monitorando a pandemia e poderá se manifestar na medida em que haja necessidade de saúde pública.
LEIA TAMBÉM