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CotidianoHC da Unicamp fez 15 transplantes de coração nos últimos 5 anos; último foi neste mês

HC da Unicamp fez 15 transplantes de coração nos últimos 5 anos; último foi neste mês

Desde 1984, o Hospital de Clínicas da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes

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O agravamento do quadro de insuficiência cardíaca e a necessidade de um transplante de coração pelo apresentador Faustão, trouxe à tona os números da lista de espera e dos transplantes de órgãos realizados no Brasil.


No HC (Hospital das Clínicas) da Unicamp, que é responsável por dar cobertura a Campinas e outras 123 cidades da região, 15 transplantes de coração foram realizados nos últimos cinco anos. O último foi realizado na semana passada (veja mais abaixo).


O número de pacientes que precisam do transplante na região de Campinas não foi informado, já que eles entram em uma fila de espera que é nacional. Segundo o SNT (Sistema Nacional de Transplantes), do Ministério da Saúde hoje, no Brasil, há 386 pessoas esperando por um transplante de coração, sendo 209 somente no estado de São Paulo.


Vale ressaltar que o coração é o órgão que possui menor tempo de preservação extracorpórea, podendo demorar no máximo quatro horas para ser transplantado após a retirada do corpo do doador.

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Transplantes na região


Desde 1984, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp é credenciado pelo Ministério da Saúde para a realização de transplantes. Até 2022, o HC da Unicamp realizou 8.860 transplantes de rim, córnea, coração, fígado e medula óssea.


Dos transplantes de coração, nos últimos cinco anos foram realizados 15 procedimentos. Veja abaixo:

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  • 2019- 6
  • 2020- 5
  • 2021- 1
  • 2022- 1
  • 2023 (até o momento) – 2

Dos dois transplantes realizados neste ano, uma cirurgia foi feita em maio, e a segunda neste mês de agosto. Os procedimentos contaram com o apoio da Polícia Civil para o transporte aéreo dos órgãos das cidades de São Vicente e de Piracicaba para o hospital.

Transplante deste mês

O transplante realizado neste mês aconteceu na semana passada, no último dia 16. Uma equipe de cirurgia cardíaca do Hospital de Clínicas da Unicamp conseguiu realizar a captação de um coração no Hospital Fornecedores de Cana, em Piracicaba, graças ao apoio do helicóptero da polícia.

De acordo com o hospital, a remoção do órgão levou 90 minutos e chegou em Campinas após 30 minutos. A cirurgia de transplante foi bem sucedida e a paciente tem previsão de alta nesta semana.

Equipe da cirurgia cardíaca do HC da Unicamp e da Polícia Civil de SP (Foto: Divulgação/HC)


Segundo a equipe de cirurgia cardíaca envolvida no transplante, a corrida contra o tempo foi iniciada por volta das 5h50 da manhã, após a notificação de um doador compatível com as características do paciente do HC da Unicamp.

“Os médicos escalados para a captação em Piracicaba foram os cirurgiões cardíacos Carlos Fernando Ramos Lavagnoli e o médico residente Victor Brás, que retornaram com o órgão na aeronave para Campinas. A paciente que recebeu o novo coração tinha uma miocardiopatia dilatada idiopática”, informou o hospital.

Como funciona a fila?


O Brasil possui o maior sistema público de transplantes de órgãos no mundo, mas apesar dos transplantes realizados, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande.

A fila de pacientes que aguardam por órgãos ou tecidos é única, ou seja, engloba pacientes de todo o país atendido tanto na rede pública como na privada. Cada estado também tem sua própria lista que é enviada para o sistema.

A fila funciona por ordem cronológica de inscrição, mas também é delimitada por outros fatores, como gravidade e compatibilidade sanguínea e genética entre doador e receptor.

No ano passado, segundo o SNT, 11,7 mil transplantes foram realizados no Brasil, sendo 258 de coração. Já em 2022, foram 16,7 mil cirurgias, sendo 362 com transplante de corações.

Importância da doação

Segundo o STN, para vencer a desproporção entre número de pacientes na lista e o número de transplantes realizados, é importante identificar e notificar os óbitos, principalmente os de morte encefálica, preparar os profissionais de saúde e conscientizar a população sobre o processo de doação e transplante, fazendo com que estes últimos autorizem a doação.

O médico neurologista e coordenador da OPO (Organização de Procura de Órgãos e Tecidos) do HC da Unicamp, Luiz Antônio da Costa Sardinha, reforça a importância da família autorizar a doação.

“Atualmente, a doação de órgãos deve ser consentida. Portanto, não vigora mais a lei que só considerava efetivamente doadores aqueles que tivessem no RG ou na Carteira Nacional de Habilitação a inscrição de Doador de Órgãos e Tecidos. Hoje, quem autoriza a doação são os familiares com até o segundo grau de parentesco”, explica.

Entre os órgãos que podem ser doados, o coração e o pulmão são os que possuem o menor tempo de preservação extracorpórea: de 4 a 6 horas. Fígado e pâncreas vêm em seguida com tempo máximo para transplante de 8 a 16 horas e os rins podem levar até 48 horas para ser transplantados. Já as córneas podem permanecer em boas condições por até sete dias e os ossos até cinco anos.

Estado de saúde do Faustão

O último boletim médico do apresentador Fausto Silva, de 73 anos, é de domingo. Nele, a equipe do Hospital Israelita Albert Einstein, detalha um quadro de prioridade para o procedimento. Faustão está sob cuidados intensivos, fazendo uso de medicamentos para auxílio na força de bombeamento do coração.

Ele também está sendo submetido a diálise, processo artificial para remover os resíduos e excesso de líquidos do corpo, necessário quando os rins não estão funcionando adequadamente.

Com o quadro de prioridade o apresentador pode esperar entre dois a três meses por um coração, segundo a média estimada pelo HCor, hospital em São Paulo referência no tratamento de doenças do coração, para casos mais graves de insuficiência cardíaca. Quando o risco é menor, o tempo de espera pode chegar a 18 meses.

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