Com a produção de orquídeas, rosas e outras flores 25% maior em 2022, a Cooperativa Veiling, que reúne produtores de Holambra, estima um aumento de 12% nas vendas e um faturamento de R$ 20 milhões no Dia das Mães.
Após amargar uma queda de até 70% nas vendas durante a pandemia de covid-19, a cooperativa agora comemora a recuperação com estufas vazias devido aos altos números de entregas de produtos pré-comercializados e pré-reservados.
O CEO da Cooperativa Veiling Holambra, Jorge Possato Teixeira, cita o prejuízo de R$ 50 milhões em 2020, no primeiro ano da pandemia, quando a entidade recorreu a doações a hospitais e teve que descartar parte da produção.
“Os eventos pararam no Brasil inteiro. Profissionais dessa área foram obrigados a cancelar os contratos e a não comprar mais, porque não tinha o que fazer com o produto. Tivemos semana de jogar 100% dos produtos fora”, relembra.
No Dia das Mães, data mais importante para o setor, além das rosas e orquídeas, as suculentas também são bastante procuradas e devem alavancar os negócios em Holambra, cidade visitada por compradores do país inteiro.
LEILÕES
Neste ano, devido à retomada dos eventos e festas em todo o Brasil, os locais onde ocorrem as disputas pelos lotes ficaram completamente lotados. A procura foi tanta que superou a oferta, situação que se reflete diretamente nos preços.
A astromélia tropicana com haste de 80 centímetros, por exemplo, teve lance mínimo de R$ 0,10 e foi vendida acima de R$ 2,90. Já a orquídea phalenopsis especial, com R$ 0,50 de lance mínimo, teve negócio fechado por quase R$ 26.
Apesar da valorização nos preços, os donos de floricultura fecharam muitos negócios. Dono de uma floricultura no Rio de Janeiro, Vinícius Gonçalves participou do leilão duas vezes nesta semana e reforçou o estoque para a data.
“Vim duas vezes porque, pra quem vende planta. não tem época melhor e a gente tem que aproveitar. Consegui fazer umas comprinhas boas”, conta ele.
PRODUÇÃO INSUFICIENTE
O CEO da Cooperativa Veiling, Jorge Possato, reconhece que, mesmo 25% maior neste ano, a produção de flores não foi suficiente para toda a demanda.
“Somou-se a rotina e a demanda reprimida com a baixa oferta e aí realmente o produto que nós temos hoje não foi suficiente pra atender todo o mercado”, diz.
A Cooperativa Veiling Holambra é uma das cooperativas mais importantes do país e representa, ao todo, 400 produtores de flores e plantas ornamentais.