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CotidianoHomem coloca a casa à venda para conseguir pagar cirurgia e pede socorro em pichação

Homem coloca a casa à venda para conseguir pagar cirurgia e pede socorro em pichação

Desesperado para passa pelo procedimento, o homem colocou a casa à venda e ainda escreveu na fachada um pedido de socorro

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*Com informações de Edjan Del Santo/EPTV*

Um morador de Sumaré precisou colocar a própria casa à venda para tentar pagar por uma cirurgia no valor de R$ 100 mil na rede particular de saúde. O ato de desespero foi tomado por Isaías Santos, de 44 anos. O pedreiro sofre há anos com dores intensas na coluna e apenas uma cirurgia pode amenizar seu quadro de saúde.

Santos disse que teve o pedido do procedimento negado pelo Hospital Estadual de Sumaré. Desesperado para passa pelo procedimento, o homem colocou a casa à venda e ainda escreveu na fachada da casa um pedido de socorro. O desabafo chamou a atenção de vizinhos.


A casa, na Vila Soma, foi pintada com dizeres sobre a cirurgia. “Tenho problema na coluna, só uma cirurgia resolve esse problema”, informa em uma das paredes da fachada. Ele ainda escreve:

“Sofro há dois anos com as dores. Os medicamentos que os médicos passaram já não fazem mais efeitos. Já tentei recorrer de todas as formas possíveis. Vou várias vezes a UPA e nada resolve. Eu vendo minha casa para fazer a cirurgia que ficou no valor de R$ 100 mil. Isso é um pedido de socorro”.

Morador contou o problema enfrentado na fachada da casa (Foto: Reprodução/EPTV)

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Dores intensas

Em entrevista à EPTV, o pedreiro, que hoje não consegue mais trabalhar, conta o sofrimento de anos com dores na coluna.

“Esse problema meu vem de 15 anos, e de lá pra cá vem só piorando, tomava injeção e melhorava, mas de dois anos pra cá não consigo fazer nada, nem limpar a casa. Meu vizinho e minha irmã me ajudam, quando estou muito agoniado peço ajuda com remédio”, contou.

Segundo ele, os procedimentos seriam para hérnia de disco e colocação de pinos após falta de cartilagem na coluna, mas foram negados pelo Estado. Apesar da recusa, laudos e médicos das redes particulares e pública já confirmaram a necessidade da cirurgia (veja mais abaixo).

Com dezenas de remédios diários, a irmã de Isaías conta da preocupação ao ver o irmão chegar a agonizar de dor.

“Ele vai um dia sim um dia para o hospital com dor, as vezes ele vai chorando, gritando, com os pés as vezes gelados. Às vezes eu acho que ele não volta mais vivo, de tanta dor que passa”, lamentou Maria Zilda Silva.

Sofrimento

Com acúmulo de dezenas de receitas e pedidos de exames, o pedreiro lida com a frustação de ter o pedido de cirurgia negado em meio a dezenas de laudos de médicos que confirmaram a condição emergencial.

Um exame de abril de 2022 indicou a condição degenerativa da coluna de Izaías, já outro laudo meses seguintes outro laudo médico mostrou a necessidade de cirurgia com urgência, mas a cirurgia foi recusada pelo SUS (Sistema Único de Saúde), fazendo uma médica enviar até mesmo uma carta recorrendo à Unicamp para a necessidade do procedimento, pedido reforçado pelo Centro de Neurologia em março deste ano. No entanto, a espera segue.

“É muito difícil, tem dia que nem consigo levantar da cama, até morfina estou tomando para aliviar as dores. A última coisa é a cirurgia, eu não tenho mais nada de cartilagem, está batendo osso com osso”, desabafou.

Com a condição e recusa da rede pública, Isaías colocou a venda a própria casa, para tentar pagar pela cirurgia na rede particular.

“O médico disse que essa cirurgia é para eu sorrir, voltar a andar, mas e estou a dois anos nessa situação e me sinto abandonado em Sumaré, já pedi socorro de todos os lados”, acrescentou.

Ao ver o pedido de socorro, os vizinhos afirmam a preocupação em conjunto no bairro. “Vendo esse apelo a gente fica muito triste, é um descaso né. A pessoa doente, tem dia que nem anda, e ninguém faz nada, tem que ter uma solução”, disse Ivete Souza Rodrigues.

O que diz a rede pública?

A secretaria de Saúde municipal de Sumaré que disse que o paciente foi devidamente atendido na rede do município e que a cirurgia é de responsabilidade do Estado.

Já a secretaria de Saúde estadual informou que está verificando especificamente o caso de Isaías para ver o que aconteceu e o motivo do morador ainda não ter sido chamado para o procedimento. A pasta completou que está apurando o caso.

Já, o Hospital Estadual de Sumaré (HES) informou que realiza acompanhamento do caso do morador que passou por última consulta no dia 5 de abril.

“Após avaliação dos profissionais da equipe de neurocirurgia, foi indicado tratamento conservador, quando não há necessidade cirúrgica. Os exames que afirmam o contrário não foram realizados pela instituição e, até o momento, ele não apresentou os documentos à equipe que acompanha seu caso. O paciente possui consulta agendada para o dia 4 de outubro para uma nova avaliação e continuidade de tratamento”, diz o texto.

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