O homem preso pela Polícia Civil de Americana por agredir, ameaçar e explorar uma mãe e dois filhos conheceu a mulher pela internet. Segundo os investigadores, o relacionamento virtual durou sete meses antes do casal se encontrar. O investigado manteve a família sem comunicação por quase dois meses. Eles foram encontrados em um hotel de Araraquara – veja abaixo.
De acordo com o delegado titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Americana, Lucio Antônio Petrocelli, afirma que a mulher de 34 anos, o menino de 8 e a menina de 6 anos deixaram o município em 27 de janeiro com a promessa de que teriam uma vida normal, mas viveram em duas cidades de maneira precária. Os menores, inclusive, eram obrigados a pedir dinheiro.
“Ela saiu de casa convencida pelo relacionamento que tinha com ele. Só que na verdade, eles ficaram vivendo precariamente. Primeiro, ficaram uma semana em Limeira, onde pediam dinheiro no comércio. Ele usava as crianças para conseguir dinheiro. Depois, ficaram dois dias em Ribeirão Preto, antes de ir para Araraquara, onde permaneceram”, disse Petrocelli à EPTV Campinas.
FAMÍLIA PREOCUPADA
Sem contato com a filha, que tem deficiência intelectual, a mãe da desaparecida registrou boletim de ocorrência suspeitando do homem que a vítima conheceu. Ainda assustada, conta que ela e o marido viveram um período de preocupação e tristeza devido ao sumiço. “Estou afastada do meu serviço e tomando calmante. A gente só chora. As crianças moravam comigo”, afirma ela.
Além da mulher, que é paciente da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Americana, os familiares das vítimas relatam que o menino também tem deficiência intelectual e faz tratamento com remédios controlados.
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A INVESTIGAÇÃO
Informados sobre o sumiço, os investigadores descobriram que a mãe tirou as crianças da escola e passaram quase dois meses monitorando hospitais e outros locais em busca de informações, já que os celulares estavam desligados. Com a quebra do sigilo bancário, porém, as compras feitas no cartão da mulher foram descobertas. Entre elas, as diárias do hotel em Araraquara onde eles estavam.
“Ela disse que se sentia ameaçada, que tinha sido agredida, que ele usava as crianças pra pedir dinheiro e alegou que não conseguia fazer contato com ninguém, porque tinha medo. Ele falava que se ela o deixasse, mataria ela e as crianças. Ele dava beliscões e tapas nas crianças”, conta ainda o delegado.
O Conselho Tutelar de Americana, que já acompanhava o caso, foi acionado para ajudar na transferência da guarda das crianças, que foram entregues aos avós. A mãe prestou depoimento como vítima na sede de DIG e foi liberada.
O INVESTIGADO
A Polícia Civil solicitou exames no IML (Instituto Médico Legal) para apontar possíveis lesões e o homem que foi preso é da cidade de Piratininga, na região de Bauru. Ele já tinha passagens pela polícia por furto e porte ilegal de arma.
“Ele está sendo autuado por violência psicológica, ameaça e lesão corporal, tudo no âmbito da violência doméstica, constrangimento ilegal, bem como também o crime do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) de expor criança a situações vexatórias e humilhantes”, finaliza o delegado titular da DIG.
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