Os hospitais que atendem o SUS (Sistema Único de Saúde) em Campinas enfrentam uma superlotação das UTIs (unidades de Terapia Intensiva) neonatais nos últimos dias. Ao todo, a secretaria municipal de Saúde mantém 30 leitos sob contratos, mas registra atualmente 36 pacientes internados na cidade.
A Maternidade de Campinas, na Vila Itapura, opera com 133% da capacidade, segundo a administração. Já o Hospital da PUC, no Jardim Londres, funciona com o uso de 100% das vagas contratadas pelo município. A situação é relatada pelos hospitais e confirmada pela pasta de Saúde. Compare todos os dados:
- Maternidade de Campinas
18 leitos contratados pela Prefeitura
24 crianças internadas
- Hospital da PUC Campinas
12 leitos contratados
12 crianças internadas
Qual a situação do Caism na Unicamp?
Mesmo fora da estrutura do SUS de Campinas, o Caism (Centro de Atenção Integral a Saúde da Mulher) da Unicamp também vive uma situação perto do limite. Segundo a unidade, ao todo, são 30 leitos de neonatologia. “Destes, 21 estão ocupados e dois estão reservados para o parto (em curso) de gemelares prematuros, que serão internados em UTI neonatal”, esclarece o hospital.
“Além disso, há outras 11 gestantes de bebês prematuros com expectativa de resolução dentro das próximas horas. Todas essas crianças precisarão de cuidados intensivos ao nascer e vão pra UTI Neonatal. Com relação à origem dos bebês internados, apenas um é de Campinas”, conclui o posicionamento.
Campinas quer amenizar situação em hospitais
Procurado para comentar o assunto, o responsável pela Saúde de Campinas, Lair Zambon, afirmou à EPTV Campinas que o problema é que até 30% das vagas existentes em Campinas são usadas por crianças de fora da cidade, já que é comum que a rede receba bebês de outros locais através das transferências realizadas pela Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde). Entre elas Mogi das Cruzes, que fica a 180 km de Campinas.
“Crise da neonatologia é recorrente em Campinas. O Ministério da Saúde preconiza que a cidade tenha 12, leitos de UTI Neonatal e hoje nós temos 30 leitos de neonatologia e ele é insuficiente. Esse trânsito de pacientes de outras cidades acontece porque basicamente há muito tempo não se investe em leitos de neonatalogia, então os locais que são referência concentram a demanda”, explicou o secretário de Saúde.
O objetivo do encontro, de acordo com Zambon, é buscar uma alternativa para amenizar o panorama não só em Campinas, mas também em municípios vizinhos. O HES (Hospital Estadual de Sumaré), por exemplo, está com todos os 22 leitos intensivos e semi-intensivos ocupados nas últimas semanas.
Estado admite sobrecarga
Questionada pela produção da EPTV, a secretaria de Saúde de São Paulo informou em nota que o DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas informa que “trabalha no apoio aos hospitais na tentativa de identificar os bebês que podem ser encaminhados para leitos de menor complexidade nas unidades referenciadas da região, liberando assim novas vagas de UTI Neonatal”.
“Nos últimos meses, a região tem tido uma grande demanda de parto de alto risco, o que resulta numa sobrecarga dos serviços neonatais, devido à necessidade de recém-nascidos de baixo peso por mais tempo de internação. Com o objetivo de evitar a sobrecarga dos leitos, o DRS também trabalha na linha de qualificação do acompanhamento de pré-natal das gestantes de baixo e alto risco junto aos profissionais de saúde da região”, pontua o comunicado.
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