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CotidianoImpacto da inflação é maior para quem ganha menos, em Campinas

Impacto da inflação é maior para quem ganha menos, em Campinas

Segundo o IBGE, 8 de 9 itens pesquisados tiveram inflação maior para famílias com renda de até 5 salários mínimos

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Inflação impacta nos gastos em supermercados (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Inflação impacta nos gastos em supermercados (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) apontam que a inflação é maior para as famílias que ganham até 5 salários mínimos por mês, ou seja, com renda de R$ 1.212 a R$ 6 mil.

O Instituto tem duas maneiras de calcular a inflação, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que leva em consideração famílias que ganham de 1 a 5 salários mínimos, e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que engloba famílias com rendimentos de até 40 salários mínimos.

De 9 grupos de produtos pesquisados pelo IBGE, em 8 o índice foi maior no INPC do que no IPCA. Confira os números da inflação, entre janeiro e julho, pelos dois índices:

IPCA: 5,19%

  • ALIMENTOS E BEBIDAS: 10,58%
  • HABITAÇÃO: 0,76%
  • ARTIGOS DE RESIDÊNCIA: 7,56%
  • VESTUÁRIO: 9,90%
  • TRANSPORTES: 2,10%
  • SAÚDE E CUIDADOS PESSOAIS: 6,33%
  • DESPESAS PESSOAIS: 4,82
  • EDUCAÇÃO: 6,28% 
  • COMUNICAÇÃO: 2,31%

INPC: 5,95%

  • ALIMENTOS E BEBIDAS: 11,86%
  • HABITAÇÃO: 2,48% 
  • ARTIGOS DE RESIDÊNCIA: 8,02% 
  • VESTUÁRIO: 10,21% 
  • TRANSPORTES: 2,37% 
  • SAÚDE E CUIDADOS PESSOAIS: 8,02% 
  • DESPESAS PESSOAIS: 5,14% 
  • EDUCAÇÃO: 6,19% 
  • COMUNICAÇÃO: 2,57%
  • VILÕES DO BOLSO

Nos grupos pesquisados, o de habitação, que engloba artigos de limpeza, e itens de limpeza pessoal, que se enquadram na categoria de saúde e cuidados pessoais, tiveram aumentos consideráveis nos preços. Confira a variação destes itens de janeiro e julho no estado de São Paulo:

  • DETERGENTE: 9%
  • PAPEL HIGIÊNICO: 10%
  • AMACIANTE: 12%
  •  SABÃO EM PÓ: 17%
  •  SABONETE: 19%

CONSUMIDORES TENTAM SE VIRAR

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Nos supermercados, os consumidores admitem que não está fácil enfrentar os preços altos e cada um tenta driblar a inflação do jeito que dá.

A atendente Beatriz Rodrigues tenta economizar reduzindo o consumo dos produtos. “A gente divide, marca e assim vai indo. Senão fica sem usar. Uma coisa que pagava 2, está 4, o que custava 4, está 8”.

Já o casal de comerciantes Paulo e Priscila Nakayama buscam outras estratégias pra pagar menos. Ele diz que tem trocado os produtos por marcas mais baratas e ela prefere ir aos atacados porque são mais baratos.

Já a diarista Jaqueline Guimarães não vê grandes diferenças nas trocas de marcas. Segundo ela, quando se pega um item mais barato, a qualidade cai e é necessário usar o dobro do produto, gastando mais.

VAI MELHORAR NO SEGUNDO SEMESTRE?

A resposta é não. Pelo menos é o que acredita o coordenador do curso de Economia da Facamp, José Augusto Ruas, Para ele, como os preços de energia pararam de crescer, é possível que a inflação estanque, ficando em uma estabilidade de preços nesse patamar mais alto.

Ele explica que a inflação é mais sentida pelos que recebem menos porque os aumentos impactaram mais nos itens básicos, que são muito consumidos pelas famílias mais pobres, que não têm acesso a produtos de luxo.

“Uma das causas da inflação é a alta nos preços das comodities internacionalmente, elas puxam os preços dos alimentos para cima. O aumento foi muito sentido no preço do leite, em laticínios em geral, utensílios do lar, que são muito consumidos pelos mais pobres”.

 

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