Três guardas municipais de Cosmópolis denunciados por tortura contra um jovem de 23 anos devem deixar o patrulhamento e ter as armas recolhidas, determinou a Justiça da cidade. O caso, que foi denunciado pelo MP (Ministério Público), aconteceu em janeiro no bairro Parque Dona Ester, quando a vítima alega ter sido agredida e ameaçada. A pasta de Segurança Pública nega o crime e diz que as acusações contra os agentes não procedem – leia a posição abaixo.
Os fatos foram registrados em um BO (Boletim de Ocorrência) e aconteceram por volta de 23h do dia 1º de janeiro no cruzamento entre as ruas Waldemar Madsen e Guido Longuim, onde o jovem conta que caminhava após sair de um bar. Ele diz que foi abordado por quatro guardas em uma viatura da Romu (Ronda Ostensiva Municipal). O grupo o levou para debaixo de uma árvore, onde passou a interrogá-lo, fazer acusações e também agredi-lo.
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O QUE DIZ O MP
Conforme a denúncia feita pelo MP, “segundo apurado, na data e local dos fatos, os denunciados, juntamente com seus comparsas de farda que atuavam na viatura da Romu, suspeitavam que a vítima teria sido responsável por efetuar alguns disparos de arma de fogo na frente da casa de um dos guardas municipais, ocasião em que decidiram abordá-lo e praticarem tortura em seu corpo”.
Mesmo negando ter atirado contra o imóvel do GM, o jovem contou no BO que o agente que moraria na residência atingida o agrediu com socos no peito, fazendo com que ele caísse no chão. Ao se levantar, porém, foi forçado a correr e ouviu três tiros na direção dele. Depois disso, ele foi novamente capturado, atingido por um chute na boca enquanto estava no chão e colocando dentro da viatura.
O jovem foi levado por uma rua desconhecida no bairro Parque dos Girassóis, onde um dos guardas encostou a ponta de uma faca na mão dele, dizendo que o cortaria caso ele fizesse qualquer movimento. Enquanto isso, outro agente usou um cassetete para agredir o homem “nas nádegas e pernas”, relata o MP, que também pediu a prisão dos envolvidos, mas a solicitação não foi aceita.
“Após tudo isso, ainda ameaçaram a vítima e seus parentes, dizendo que se ele dissesse algo, seus primos seriam incriminados. Em seguida, a vítima foi forçada a consumir dois pinos de cocaína”, complementa o texto da denúncia.
Depois de libertada, a vítima foi submetida a exame de corpo de delito e registrou um boletim de ocorrência no distrito policial de Cosmópolis.
O QUE DIZ O SECRETÁRIO
Procurado pela produção da EPTV Campinas, a secretarua de Segurança Pública e Trânsito da cidade alegou que os guardas atenderam uma ocorrência de desinteligência em 1º de janeiro e que detiveram uma das partes envolvidas. Depois disso, disse que um dos rapazes, que já tinha passagem pela polícia, saiu correndo do local e depois denunciou os guardas municipais por tortura.
A pasta afirma ainda que o promotor acatou a denúncia e que a juíza da 2ª Vara da cidade, Letícia Lemos Rossi, decidiu desarmar e os guardas. Ainda segundo o posicionamento, os denunciantes são pessoas que querem prejudicar a imagem dos profissionais. Por fim, argumenta que o advogado da corporação já entrou com recurso contra a decisão.
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