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CotidianoLíder espiritual de umbanda é investigado por assédio sexual em Campinas

Líder espiritual de umbanda é investigado por assédio sexual em Campinas

Homem trabalhava como terapeuta em terreiro de Campinas; alvo da apuração da Polícia Civil foi afastado das funções

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1ª DDM de Campinas (Foto: Luciano Claudino/Código19)

 

A 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Campinas instaurou um inquérito para investigar denúncias de assédio sexual contra o diretor espiritual de um terreiro de umbanda, em Campinas. O homem trabalhava como terapeuta no local e está afastado das funções (veja mais abaixo).

Os relatos que levaram a Polícia Civil a abrir uma apuração partiram de mulheres que integram a equipe de atendimento do local. Ao tomar conhecimento das denúncias, a instituição decidiu afastar o médium das atividades no dia 29 de junho.

O caso também chegou à Armac (Associação dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas), que se manifestou por nota nesta quinta-feira (14). Assinado pelo conselho de religiosos, o comunicado da entidade defende que o terreiro enfrente “a apuração dos fatos com transparência de ações”.

“Sem se descuidar das garantias do devido processo legal e de legalidade preservando as garantias constitucionais e que, para tanto, deve possibilitar imediato acolhimento, preservação e apoio para as vítimas”, alega a Armac.

A associação que representa as religiões de matriz africana diz ainda repudiar “veementemente a cultura do machismo presente na sociedade brasileira, bem como qualquer atitude da prática de crime de assédio sexual e assédio moral, racismo, homofobia, intolerância, ou racismo religioso” (leia a íntegra abaixo).

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TERREIRO SE MANIFESTA

O terreiro em questão existe há 71 anos e a administração disse que o homem seguirá “afastado até a devida apuração dos fatos pelas autoridades”. O suspeito não foi localizado pela EPTV Campinas para se posicionar sobre o caso. 

OUTRAS DENÚNCIAS 

A Armac informa ainda que recebeu nesta semana outras denúncias de assédio sexual e que “muitas vezes as mulheres não denunciam por medo e pela magnitude sexual imposta” por líderes, ou dirigentes espirituais.

“O medo as impede de utilizar os canais de atendimento com procedimentos estabelecidos para casos de violência sexual”, lamenta a associação.

A diretoria da entidade justifica estar à disposição “para todo apoio necessário, tanto no que se refere ao incentivo a novas denúncias, como para o apoio psicológico e de garantias de direitos respeitados” das vítimas de assédio. 

SEGUNDO CASO 

Este é o segundo caso no ano em Campinas em que um líder espiritual é acusado de crime sexual. No primeiro semestre, André Lanzoni, que dizia ser terapeuta holístico, foi citado em uma série de denúncias de abuso. Ele continua preso e terá a primeira audiência de uma das ações no próximo dia 27.

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NOTA DA ARMAC

“Nós, do conselho de religiosos da Armac, manifestamos nossa indignação e repudiamos veementemente a cultura do machismo presente na sociedade brasileira, bem como qualquer atitude da prática de crime de assédio sexual e assédio moral, racismo, homofobia, intolerância/racismo religioso.

Ressaltamos que a instituição deve enfrentar a apuração dos fatos com transparência de ações sem se descuidar das garantias do devido processo legal e de legalidade preservando as garantias constitucionais e que, para tanto, deve possibilitar imediato acolhimento, preservação e apoio para as vítimas, principalmente dos seus direitos e garantias individuais.

Lembramos ainda que as condutas narradas pelos denunciantes constituem crime de assédio sexual previsto no código penal. Por isso, se faz necessário que os casos sejam investigados com seriedade pelos órgãos responsáveis e, se comprovados, que haja a devida punição, conforme define a lei.

Além disso, ressaltamos que a Armac recebeu nesta semana outras denúncias de assédio sexual, e muitas vezes as mulheres não denunciam, por medo e pela magnitude sexual imposta por homens que são líderes/dirigentes espirituais; o medo as impede de utilizar os canais de atendimento com procedimentos estabelecidos para casos de violência sexual.

Toda nossa diretoria se coloca à disposição para todo apoio necessário, tanto no que se refere ao incentivo a novas denúncias, como para o apoio psicológico e de garantias de direitos respeitados. Reiteramos nossa luta por respeito às mulheres, seja no trabalho ou em todos os lugares em que ela quiser estar, direito de ir e vir e pelo bem viver, saudáveis e seguros, pelo fim da violência contra a mulher e a devida punição para aqueles que violam a integridade física, sexual e moral das mulheres.

Basta! Não irão nos calar! Mexeu com uma mexeu com todas!

Campinas/SP, 14 de julho de 2022
Associação de Religiosos das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana de Campinas e Região Armac”

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