*Matéria atualizada às 13h11 de 19 de maio de 2022
A Prefeitura de Campinas anunciou nesta quinta-feira (19) a abertura de mais sete leitos de enfermaria pediátrica no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti. Com isso, o SUS Municipal passa a contar com 66 leitos infantis.
De acordo com a Administração, a medida pretende minimizar a alta ocupação de leitos infantis em hospitais do município durante a sazonalidade de doenças respiratórias.
Ontem (18), Campinas informou que todas as 34 UTIs para crianças no SUS Municipal estavam ocupadas. Hospitais privados também registraram superlotação ontem na ala infantil – veja mais detalhes abaixo.
NOVOS LEITOS
Em nota, a Prefeitura disse que “os novos leitos, seis para enfermaria geral e um para isolamento, serão instalados na ala que era utilizada para observação. Com isso, o setor será transferido para outro local dentro do próprio pronto-socorro infantil”, disse.
A Administração ainda relatou que essas novas estruturas serão regulamentadas pela Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). O orçamento para a abertura dos leitos será proveniente de recursos da Rede Mário Gatti.
Em caso de necessidade, “a Secretaria Estadual de Saúde assumiu o compromisso de complementar os valores”, afirmou a Prefeitura.
SUS MUNICIPAL
No SUS Estadual, ainda conforme o boletim oficial do município, 95% da estrutura está ocupada hoje. O índice se manteve em relação a terça. Nos hospitais privados, a taxa aumentou de 80,7% para 81,2% depois de um dia.
Somando todas as unidades da cidade, dos 102 leitos de UTI Infantil, 92 estão em uso, o que corresponde a 90,1%. Há 10 leitos livres. Entre os 92 pacientes internados, 49 estão hoje com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
Os leitos de UTI infantil estavam disponibilizados da seguinte maneira:
SUS Municipal – 34 leitos; todos estão ocupados, o que equivale a 100% de ocupação. Não há leitos disponíveis.
SUS Estadual – 20 leitos, dos quais 19 estão ocupados, o que equivale a 95% de ocupação. Há 1 leito livre.
Particular – 48 leitos, dos quais 39 estão ocupados, o que equivale a 81,2% de ocupação. Há 9 leitos disponíveis.
NA PUC-CAMPINAS
Entre os pacientes, 26 são do SUS (Sistema Único de Saúde), 10 a mais do que o previsto pelo acordo com o estado. Além disso, quatro são de outros municípios.
A superlotação foi confirmada no período da tarde pela instituição. O comunicado pede à população que procure outras unidades de saúde da cidade.
“Há ainda no Pago (Pronto Atendimento de Ginecologia e Obstetrícia) e no Centro Obstétrico quatro gestantes com previsão de parto prematuro. Ou seja, possivelmente necessitarão de um leito de UTI Neonatal”, detalha a nota.
Ainda conforme a PUC-Campinas, a enfermaria também está lotada: “o que impacta no Centro Obstétrico que não consegue transferir as puérperas (pós-parto) à enfermaria”. Isso porque ambos os espaços estão completamente lotados.
O hospital alega ainda que a superlotação é comunicada diariamente aos órgãos públicos competentes e à Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) e prometeu detalhar melhor o panorama à imprensa na tarde de hoje.
SUSPENSÃO DE CIRURGIAS ELETIVAS
A medida tem o objetivo de abrir mais leitos para as mães que atualmente precisam ficar no Centro Obstétrico depois do parto.
A diretora técnica do hospital, Rita Aparecida Ignacio Ishida, argumenta que as pacientes atualmente não são atendidas de maneira adequada por conta da demanda alta. Ela também reconhece que a situação é crítica.
“A suspensão das cirurgias eletivas de hospital dia é para poder tirar as puérperas do centro, porque a enfermaria está completamente ocupada. E isso agora é um risco, porque não temos como atender da forma ideal”, diz.
NO CAISM
No Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) da Unicamp, também há superlotação na UTI Neonatal, com 18 crianças internadas em um espaço com 15 leitos operacionais.
“Seguimos com superlotação, com três recém-nascidos prematuros internados no centro obstétrico porque não temos vagas de UTI”, informou a unidade à EPTV Campinas.
NA MATERNIDADE
No Hospital Maternidade de Campinas, a direção também confirmou 100% de ocupação: são 22 pacientes internados pelo SUS, sendo quatro de outros municípios.