Uma mãe de Santa Bárbara dOeste fez um apelo para a realização da cirurgia da filha de 16 anos, que sofre de um problema raro na coluna. A jovem está há mais de um ano esperando pelo procedimento e já não consegue mais se alimentar devido às dores. Raíssa de Sousa Rufo nasceu com miopatia congênita, que causa fraqueza muscular.
Segundo os familiares, Raíssa andava até os 8 anos. Contudo, por causa da miopatia, ela desenvolveu escoliose secundária, que afeta a região lombar, torácica ou cervical. Por isso, ela não pode mais andar ou ficar sentada por muito tempo.
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Marinalda Fernandes de Sousa, mãe de Raíssa, relata que há mais de um ano foi constatado que ela precisaria de cirurgia. Em outubro de 2022, um documento emitido pela área de neurologia da Unicamp já solicitava o procedimento o quanto antes devido ao risco de comprometimento clínico da paciente.
“Mas eles falaram para mim que lá só faz uma vez por semana a cirurgia, porque é muito complicada. Mesmo com toda urgência, é só um dia e tem que atender toda a região, então não tem uma data prevista”, afirma a mãe.
LISTA DE ESPERA E DIFICULDADES
Por conta da demora, os médicos também recomendaram que ela buscasse ajuda na rede municipal de Santa Bárbara dOeste, cidade onde mora. Entretanto, por se tratar de um procedimento complexo, ela teve que entrar na lista de espera estadual e não há previsão para a realização da cirurgia.
Com o passar do tempo, as dificuldades têm se tornado cada vez maiores. Desde a última semana, a jovem não está conseguindo se alimentar por conta das dores que sente. “De sexta-feira para cá está muito difícil. Ela só está bebendo água, não come”, explicou a mãe.
“Quando eu vou comer, não consigo digerir a comida, ela fica parada. Então dá muita queimação, volta a comida. Eu sinto muita pressão no peito, dá falta de ar. Não consigo ficar sentada, é ruim até para tomar banho. Eu só não sinto dor quando estou dormindo. Eu queria ter uma vida como todo mundo tem, mas eu não consigo por causa dessa doença,” acrescenta Raíssa
O OUTRO LADO
Em nota, a Prefeitura de Santa Bárbara dOeste informou que a Raíssa é atendida nos serviços de saúde da rede municipal, com consultas, exames e procedimentos em especialidades. Sobre a cirurgia, a Administração disse que o procedimento é de alta complexidade e deve ser realizado por setores de Saúde do governo do estado.
“Por tratar-se de um caso de alta complexidade, cujo atendimento é realizado pelos setores de Saúde vinculados ao Governo do Estado de São Paulo, a paciente foi inserida no dia 7 de fevereiro na Central de Regulação de Vagas do Estado (Cross). Vale ressaltar que o Município monitora e reitera diariamente todos os casos inseridos na regulação do Estado de São Paulo”, informa a Prefeitura.
Já a Unicamp informou que há mais de 43 pessoas aguardando por cirurgia na mesma fila em que Raíssa está, e que o tempo de espera depende de vários fatores, como a gravidade e complexidade do caso. A instituição também não deu uma previsão para o procedimento acontecer.
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