O padrasto de um menino de quatro anos é investigado por lesão corporal e violência doméstica em Campinas, após o caso ser denunciado no Jardim Itaguaçu. A criança tinha arranhões no corpo e pescoço. Ele e a mãe foram acolhidos em um abrigo municipal e não precisaram de acompanhamento médico. Em janeiro, um menino de 11 anos foi encontrado acorrentado a um barril, também em Campinas.
Neste novo caso, a mãe foi encaminhada pela GM (Guarda Municipal) à 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) na quarta-feira (14) e relatou o ocorrido. A criança continua sob os cuidados dela e o padrasto confessou o crime para a mulher.
Vizinhos contam que a mulher foi morar com o homem há cerca de quatro meses e que, no início, não havia desconfiança dos maus tratos. Há 20 dias, os arranhões no pescoço chamaram a atenção e os moradores alertaram a mãe da criança sobre a situação. Na época, o padrasto confessou o crime, mas não disse que não agrediria mais a criança. No entanto, isso não ocorreu.
“Ele era muito arteiro, sempre estava para cima e para baixo, brincando com os cachorros. Mas há 20 dias ele relatou que o padrasto pegou ele pelo pescoço em uma briga com a mãe. Conversamos com ela, orientamos a chamar a polícia e ela não quis, disse que falou com o padrasto. Disse que ia conversar com ele e que estava tudo resolvido”, contou uma das vizinhas.
MAIS AGRESSÕES
No começo desta semana, no entanto, as agressões voltaram a ocorrer. O menino teria dito que não conseguia engolir e foi levado para o hospital. Do local, ele foi direto para um abrigo municipal. A Prefeitura informou que acompanha o caso por meio da pasta de Assistência Social.
“Outro dia ele veio em casa e oferecemos uma água, mas ele não conseguia engolir. Minha mãe olhou na garganta dele e tinha sangue. E ele disse que o padrasto tinha feito aquilo”, disse a vizinha.
Desde que o caso foi registrado, a mãe do menino não tinha voltado ao bairro, até que precisou buscar os pertences dela acompanhada da GM. À EPTV Campinas, ela admitiu que a criança havia sido agredida duas vezes pelo padrasto.
“Ele só foi agredido. Eu fui agredida três vezes e ele duas, somente”. Questionada se ela achava pouco a quantidade de vezes, ela respondeu: “Não acho, mas fazer o quê”.
CASO SEMELHANTE
O caso de Campinas também lembra o vivido pelo menino Henry, de quatro anos. Ele foi torturado e morto, no dia 8 de março, no apartamento onde morava no Rio de Janeiro. A criança vinha sofrendo agressões do padrasto pelo menos desde fevereiro. Ele a mãe da criança estão presos por homicídio duplamente qualificado por atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas.
DENÚNCIA
O Conselho Tutelar de Campinas alerta para a importância de denunciar casos de violência doméstica contra crianças. Os telefones são 190 e 100.