O ano de 2022 nem começou e já preocupa pais que têm filhos matriculados em escolas particulares de Campinas. O valor das mensalidades subiu bastante. Segundo o sindicato que representa as escolas no Estado, o aumento deve chegar a 12%.
A alta nas escolas particulares foi generalizada. De acordo com o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) que representa a categoria, a elevação nas mensalidades ficou na faixa entre 7% e 12%.
“Primeiro motivo foi a pandemia, onde nos tivemos a perda de alunos, nos tivemos as escolas fechadas. Entre os segmentos foi o que mais sofreu. Também temos uma inflação galopante que está acontecendo no Brasil, outro motivo é o investimento que todas tiveram que fazer na área de tecnologia. Houve bastante investimento para poder atender os alunos de forma on-line e isso foi custo também. Então tudo isso é uma somatória que leva ao reajuste”, afirmou Antônio Francisco dos Santos diretor regional do Sieeesp.
Por causa dessa alta, pais e mães tiveram que criar alternativas para não estourar o orçamento. A coordenadora jurídica e comercial Tatiane Darros tem uma filha de 6 anos que já teria que mudar de escola no próximo ano mas ela não contava com uma diferença de quase R$ 300 na mensalidade.
“Nos gostaríamos que ela ficasse na escola integral, que é onde ela está hoje, porém por conta do reajuste que tivemos, apelamos para a família e vamos deixá-la apenas meio período do que é o que conseguimos arcar com a atual despesa que a gente tem.
Ela afirmou que durante o período de aulas on-line teve desconto na mensalidade. “Tivemos ajuda sim, de muitas escolas, de descontos durante a pandemia, mas agora a conta chegou, essa é a verdade. Infelizmente, por conta disso mesmo o reajuste foi grande e eles tentaram sim, de alguma forma, compensar em valores isso posteriormente”.
Ainda segundo o sindicato, muitos pais tiraram as crianças das escolas, principalmente aqueles que têm o filho na faixa de idade que ainda não é obrigatório a presença escolar. A consequência foi o fechamento de creches e escolas menores.
“Quando a família tem uma certa quantia financeira que possibilita levar a uma escola particular, eles vão. Porque é um sonho de família, mas na pandemia foi ao contrário. As pessoas começaram a sentir no bolso a dificuldade e principalmente na área infantil, saíram das escolas, ficaram em casa, ou foram para as escolas públicas”, afirmou o diretor.
A empreendedora Paula Serafim não tinha essa alternativa porque o filho já está indo para o sexto ano, mas trocou a criança de escola, até porque o aumento foi bem maior do que a média. “Foi mais do que 30% na mensalidade. Também não é só a mensalidade. Têm os livros que é a exigência da escola que sejam todos padronizados que também teve um aumento”, afirmou. (COM INFORMAÇÕES DE LARISSA CASTRO/EPTV CAMPINAS)