O Mercado Municipal de Campinas registrou filas e um movimento intenso de clientes em busca de peixes, nesta quinta-feira (14), véspera da Sexta-Feira Santa.
O pescado é alimento tradicional dos católicos para a Sexta-Feira da Paixão. No mercado de peixes do Mercadão, a procura é grande por bacalhau, corvina, pacu e tainha.
A expectativa dos comerciantes é que as vendas devem aumentar em 70% nesses três dias. “É uma loucura nessa semana, muito trabalho”, disse uma funcionária de peixaria em entrevista à EPTV Campinas.
FUNCIONAMENTO
Vale lembrar que o feriado altera o horário de funcionamento do Mercadão. Nesta quinta-feira, o Mercado Municipal funciona até as 18h.
Na Sexta-feira Santa, 15 de abril, o Mercadão abrirá das 7h às 12h; no sábado, 16, das 7h às 16h e no domingo, das 7h às 12h.
MAIS BARATO
Com o preço da carne vermelha em alta, além de tradição, comer pescado na Sexta-Feira da Paixão pode ser uma opção mais acessível para católicos e não católicos.
Segundo a Setec, a sardinha está custando R$ 14,90 o kg, o corvina R$ 22,90 o kg, o pacu R$ 23,90 o kg, e a tilápia R$ 21,90 o kg.
AUMENTO
Apesar de mais barato, os peixes também tiveram aumento no preço nos últimos 12 meses, reflexo do aumento do preço da soja e do milho, ingredientes usados para a ração dos peixes.
De acordo com um levantamento realizado pela Apas (Associação Paulista de SupermeRcados), o preço da merluza subiu 20,87%, enquanto o cação registrou alta de 18,19%, e o bacalhau 5,82%. Segundo o levantamento, a sardinha foi o pescado com a menor variação, com aumento de 7,14%
A TRADIÇÃO
Para os cristãos, a páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, três dias após sua crucificação. A data sempre cai em um domingo, e a Sexta-Feira Santa, também conhecida como Sexta-feira da Paixão, simboliza o dia em eu Cristo foi condenado, carregou a cruz e foi crucificado.
Para os católicos, a Sexta-Feira da Paixão é um dia reservado para a abstinência, sendo uma tradição milenar evitar o consumo de carne vermelha e de frango. O sacrifício dos fiéis relembra o sofrimento e o derramamento do sangue de Jesus Cristo, que passou pela Via Sacra nesse dia, sendo crucificado e morto.
CUIDADOS
A Superintendência de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou informações sobre os cuidados necessários na hora de comprar pescados. O órgão destaca que o peixe tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias e é excelente fonte de proteínas, vitaminas e gorduras boas, sendo uma opção saudável, nutritiva e saborosa que contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares e o fortalecimento da memória, dos ossos e dos dentes.
A superintendente de Vigilância Sanitária da SES, Adna dos Santos Sá Spasojevic, explica que o pescado requer cuidados para manter a qualidade, por ser muito sensível.
“O ideal é consumir peixe fresco, sempre. Se for do mar, tem que ter cheiro de maresia. No mercado, deve estar sob refrigeração, com aquele gelo debaixo íntegro e não derretido. A carne deve estar úmida, firme e sem manchas, com as escamas aderidas ao corpo. As guelras devem estar vermelhas, os olhos brilhantes e salientes, e as nadadeiras endurecidas. Um teste eficiente é fazer uma leve pressão com o dedo na carne. Se for fresco, ao retirar o dedo, a musculatura volta ao normal. Se não, a marca fica na carne”, recomenda Adna.
A nutricionista da Coordenação de Vigilância e Fiscalização de Alimentos da superintendência, Jacqueline Toledo Hosken, também alerta que também devem ser observadas condições do local de conservação dos produtos.
“Pescados de tipos diferentes não devem estar uns sobre os outros no local de venda. Polvos e lulas devem ter a carne consistente e elástica. Mariscos frescos só podem ser vendidos vivos. E o bacalhau salgado deve estar em local limpo e protegido de poeira e insetos. Verifique se não há presença de mofo, ovos ou larvas de moscas, manchas escuras ou avermelhadas, limosidade e odor desagradável”, explicou Jacqueline.