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CotidianoMortes de gestantes adolescentes aumentam quase 43% durante a pandemia

Mortes de gestantes adolescentes aumentam quase 43% durante a pandemia

Pesquisadores comparam dados de 2019 e 2021 e revelam aumento no número de mortes e infecções respiratórias, o que sugere uma ligação forte com a covid-19

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A pandemia de covid-19 trouxe grandes desafios para o sistema de saúde, e entre os grupos mais prejudicados estão as gestantes adolescentes, consideradas grupo de risco. Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e publicado na revista International Journal of Adolescence and Youth, comparou dados de 2019 e 2021 para entender os efeitos da pandemia nas grávidas adolescentes, entre 10 e 19 anos, no Brasil. O resultado é preocupante: o número de mortes entre gestantes dessa faixa etária subiu quase 43% no período.

O professor e médico da FCM (Faculdade de Ciências Médicas) da Unicamp José Paulo de Siqueira Guida, um dos autores do estudo, destaca que, por serem tão jovens, essas adolescentes não deveriam morrer devido a complicações na gravidez. No entanto, a taxa de mortalidade materna, que inclui mortes desde o pré-natal até 42 dias após o parto, subiu de 46,75 para 62,79 mortes a cada 100 mil nascimentos entre 2019 e 2021 – um aumento de quase 43%.

As causas diretas de morte, como hemorragias e infecções, não mudaram muito, de acordo com o pesquisador. No entanto, as causas indiretas, principalmente ligadas a infecções respiratórias, quase dobraram em 2021, representando 43,67% das mortes. Esse dado sugere uma ligação forte entre a covid-19 e o aumento da mortalidade entre as gestantes adolescentes de todas as raças e regiões do país.

“Nenhum grupo ficou protegido” na pandemia

O estudo também trouxe um dado alarmante sobre a mortalidade de adolescentes negras, que subiu 80%. Gestantes pardas e indígenas também tiveram mais mortes, mas esse aumento não foi tão expressivo, segundo o pesquisador. Isso mostra que, durante a pandemia, o atendimento à saúde piorou para todos, sem exceção. “Nenhum grupo ficou protegido”, destacou o pesquisador.

Para chegar a esses dados, os pesquisadores analisaram os dados de mais de 5,5 milhões de nascimentos no Brasil – desses, 14,19% dizem respeito a mães da faixa etária estudada. Conseguiu-se assim identificar uma queda já esperada da taxa de fertilidade, como havia ocorrido em outras situações do tipo, a exemplo da epidemia do vírus zika em 2015-2016. Os dados integram os Painéis de Monitoramento de Nascidos Vivos e de Mortalidade Materna, mantidos pelo governo brasileiro.

Compromisso de redução da mortalidade materna

Antes da pandemia, o Brasil já enfrentava dificuldades para reduzir a mortalidade materna. O país tem um compromisso com a ONU de diminuir essa taxa para 30 mortes a cada 100 mil nascidos vivos até 2030, mas atualmente o número está entre 55 e 60.

“Nossa taxa [geral] varia em torno de 55 a 60 mortes/nascidos vivos – e explodiu na pandemia [chegando a 113,18]. Estamos estacionados há cerca de dez anos e não conseguimos jogar nossa curva para baixo”, ressalta Guida, afirmando que a maior parte dos óbitos resulta de causas evitáveis, como hipertensão.

A partir dos resultados apresentados, os pesquisadores reconhecem a necessidade de se priorizar a saúde materna durante situações de emergência de saúde, e isso devido às vulnerabilidades típicas da gestação, considerando esse grupo como prioritário em pesquisas sobre vacinas e novos medicamentos.

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“Vimos que, a partir do momento que as gestantes começaram a se vacinar [contra a covid-19], derrubamos novamente a nossa taxa de mortalidade. Essa intervenção, então, claramente, funcionou. A morte materna é sempre uma tragédia, e a família perde completamente a confiança no sistema de saúde. Sendo assim, precisamos valorizar o cuidado em saúde com a gestante”, conclui o médico.

*Com informações do Jornal de Unicamp

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