Levantamento da Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) revelou que mais que dobrou a quantidade de motoristas cadastrados para fazer o transporte de passageiros por aplicativos em Campinas. Os dados foram levantados com base no mapeamento informado pelas próprias empresas de aplicativo.
Segundo o levantamento, o crescimento foi de 106% em três anos. Em 2020 estavam cadastrados mais de 92 mil motoristas. Em 2021 esse número caiu expressivamente e foi para 57 mil. Na sequência, ganhou impulso e voltou a crescer em 2022 – foram quase 150 mil motoristas cadastrados. Agora em 2023, até setembro, já eram mais de 190 mil condutores autorizados a atuar na cidade.
“Era motorista de um escritório de contabilidade. O escritório fechou, nisso vi uma oportunidade de trabalhar com transporte por aplicativo. Gostei e estou até hoje e não pretendo sair. Pra mim é uma questão de liberdade. Você está na rua, conhece várias pessoas, ambientes diferentes, pessoas diferentes. Quem realmente se empenha e quer trabalhar tem um bom retorno. Mas requer disciplina, vontade, interesse, uma boa administração, tanto profissional quanto de renda. Então se a pessoa conseguir dividir muito bem isso, ela consegue ter uma boa renda”, disse Fernando Ramos que é motorista de aplicativo.
“É aquela história. Passarinho que acorda cedo bebe água limpa. Então acordo cedo, cinco da manhã e faço entre 16 e 17 horas de trabalho. No meu caso o carro ainda é alugado por isso tenho que trabalhar dobrado”, afirmou Paulo Fernandes.
O motorista de APP Guilherme Holzchucke pediu demissão para trabalhar com carro de aplicativo. “Pra mim foi bem melhor pelo fato de fazer meu horário. Costumo começar depois do almoço e fico até 20h. Fico em áreas como aeroporto e rodoviária onde dá mais dinheiro. Outro fator importante é pelo fato de receber no mesmo dia e isso resolve bastante. Mas no começo era bem melhor, tinha menos motoristas e agora está bem mais disputado”, afirmou.
Para o economista Saulo Abouchedid esse aumento no número de motoristas tem relação com a pandemia e também tem relação com o mercado de trabalho e a queda de renda das profissões de maneira em geral.
“Entre 2021 e 2022 os efeitos negativos da pandemia sobre o setor de serviços fez com que o transporte por aplicativo fosse uma opção mais viável para muitos trabalhadores e trabalhadoras. De 2022 para 2023 o setor de serviços se recuperou, mas alguns setores não se recuperaram totalmente. Então muitos trabalhadores acabaram se encaminhando para o transporte por aplicativo porque não conseguiram retomar suas atividades diante da pandemia. Então a profissão acabou sendo a única opção”, disse.
Para os passageiros, o transporte por aplicativo é uma opção para o transporte público já que não atrasa e deixa no local que precisa. “Pra mim onde moro, o transporte público não atende e por isso sou obrigado a usar o aplicativo”, disse Ivan Araújo, policial civil. “É seguro, rápido e econômico”, afirmou Marluci Soares, dona de casa.
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