Motoristas de ônibus fizeram na manhã desta sexta-feira (2) uma nova paralisação em Campinas. O ato prejudicou a saída dos veículos durante a manhã, das 4h às 6h, e gerou atrasos para os passageiros. A paralisação ocorreu mesmo após a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) conseguir uma liminar na Justiça ontem contra os atos (veja mais abaixo).
Esse é o segundo dia seguido com registro de paralisações na cidade. Ontem (1º) os ônibus das linhas azuis claras, que atendem a região do Ouro Verde, também ficaram paralisados por duas horas. Segundo a Emdec, 58 linhas foram impactadas pela ação.
Já nesta sexta-feira, a paralisação atingiu os ônibus das linhas verdes e vermelhas. As verdes atendem a região de Sousas, Barão Geraldo e Amarais. Já as vermelhas atendem as regiões do Campo Grande, Padre Anchieta e o corredor da John Boyd Dunlop. Segundo o sindicato da categoria, o protesto é pela reinvindicação de reajuste salarial, que não acontece há 1 ano e meio.
Segundo a Emdec, os protestos foram realizados por trabalhadores das empresas Campibus e a VB3, que são responsáveis pela operação de 54 linhas, transportando, no pico da manhã, entre 15 a 20 mil passageiros.
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Segundo a apuração da reportagem da EPTV Campinas, pouco antes das 6h os veículos começaram a sair da garagem, mas os atrasos prejudicaram trabalhadores que utilizam o transporte público nas primeiras horas do dia.
“Cheguei no ponto de ônibus era 4h40 e não tinha ônibus, foi chegar ônibus 6h30, atrasou tudo, meu patrão teve que vir me buscar. Eles (os motoristas) falam que é direito deles mas e a gente? A gente acorda cedo pra ir trabalhar”, relatou a cozinheira Arlete Nascimento Barbosa.
O QUE DIZ A EMDEC
Em nota, a Emdec informou que lamenta que questões trabalhistas internas prejudiquem os usuários do transporte coletivo municipal e citou a liminar, obtida ontem com a Justiça, que determinava a proibição das paralisações.
“A Emdec não poupou esforços para evitar os danos à população. Na noite de quinta-feira, 1º de dezembro, a Emdec conseguiu liminar, expedidada pelo juiz da 1° Vara da Fazenda Pública, Mauro Fukumoto, proibindo que houvesse o impedimento da saída de ônibus das garagens, sob pena de multa de R$ 10 mil reais por hora, incluindo o sindicato da categoria. Mesmo assim, a liminar não foi cumprida e a operação das empresas Campibus (Área Vermelha) e VB3 (Área Verde) iniciou com atraso, após às 6h”, informou a empresa.
“No início da operação, a Emdec acionou o PAESE (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência), como forma de oferecer opção de transporte aos passageiros prejudicados, nas principais linhas, utilizando ônibus de cooperativas do sistema complementar e de outras empresas. A Emdec continuará agindo para evitar os transtornos aos usuários do transporte coletivo”, completou em nota.
A empresa informou ainda que irá informar ao juiz que a liminar não foi cumprida e solicitará a aplicação da multa.
SETCAMP
Em nota, o SetCamp (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas) fez apontamentos contrários à paralisão.
“A paralisação das linhas, mais uma vez, foi feita sem qualquer aviso prévio e durante o andamento de um processo de negociação com a categoria. Hoje, cerca de 35,3 mil pessoas foram afetadas. O ato de paralisar garagens contraria a decisão do juiz Mauro Iuji Fukumoto, publicada ontem, após a Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), órgão gestor do transporte e trânsito, ter entrado com ação junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, pois o magistrado entende que os atos irresponsáveis por parte do Sindicato dos Rodoviários impede o direito de ir e vir das pessoas”, indicou o sindicato.
Na nota, o SetCamp reiterou que a atual diretoria do Sindicato dos Rodoviários foi eleita no dia 5 de novembro, ou seja, tomou posse há menos de 30 dias.
“Até então, o Sindicato dos Rodoviários estava sob intervenção judicial em processo eleitoral que foi bastante tumultuado. SetCamp reitera que continua à disposição para o diálogo, que as negociações estão em andamento e que desaprova as paralisações ilegais pois as mesmas prejudicam os usuários e toda a cidade de Campinas”, completou em nota.
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