Uma mulher acusada de crime de injúria racial em um clube recreativo em Piracicaba, no bairro Morumbi, foi liberada no início da tarde desta quarta-feira (14) após passar por audiência de custódia. Ela se chama Zeni Souto de Barros, de 64 anos, e havia sido presa em flagrante nesta terça-feira (13) de Carnaval.
O caso teria começado na piscina do Clube Cristóvão Colombo de Piracicaba, mas se estendeu até a portaria do local, segundo relato. A mulher acusada proferiu ofensas de teor racista contra duas pessoas.
Conforme informado pelo TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo), foi concedida a liberdade provisória à Zeni, “mediante o compromisso de comparecimento a todos os atos de eventual processo instaurado e de não mudar de domicílio sem prévio aviso ao Juízo”.
Mulher presa por racismo em clube
De acordo com a Polícia Militar, o crime aconteceu enquanto várias pessoas estavam aproveitando o dia na piscina do clube. Testemunhas disseram que Zeni estava jogando água em outras pessoas, quando começou uma discussão. Ela passou, então, a usar palavrões para fazer ofensas de teor racista a um adolescente e um maior de idade, cometendo injúria racial contra essas pessoas.
A mulher dirigiu xingamentos como “Seus pretos nojentos, vocês não deveriam estar aqui”, conforme consta no Boletim de Ocorrência. As ofensas racistas teriam continuado ainda quando a PM chegou ao local.
Os agentes levaram todos os envolvidos na ocorrência para a delegacia: a mulher responsável pelas ofensas, as duas vítimas e testemunhas que estavam no local.
O caso foi registrado como “preconceito de raça ou de cor – injuriar alguém” no plantão do 2° DP (Distrito Policial) de Piracicaba. A mulher permanece à disposição da Justiça, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo.
Qual é a diferença entre racismo e injúria racial?
A injúria racial é um crime equiparado ao racismo desde 2023, quando foi publicada a Lei nº 14.532. Ela não tem possibilidade de fiança, ou seja, não é possível para pagar um valor determinado para se livrar da cadeia.
Também não há limite de tempo para acionar a Justiça, então quando a pessoa é presa em flagrante ela fica na delegacia até que o juiz decida o que vai acontecer durante uma audiência. No caso do ocorrido em Piracicaba, a mulher presa por racismo foi liberada após a audiência de custódia.
Quando a prisão acontece em flagrante a pessoa não consegue se livrar do processo por injúria racial e, caso condenada, pode cumprir uma pena que varia de 2 a 5 anos de prisão.
Caso não foi isolado
Segundo o presidente do clube, Guilherme Pereira, essa não é a primeira vez que acontece uma situação do tipo com a associada, mas na ocasião anterior não foi tomado nenhum procedimento interno porque a vítima não quis prestar queixa.
“Dessa vez, já foram tomadas as devidas providências e já estamos em processo de desligamento da associada. O Clube Cristóvão Colombo não compactua com nenhum tipo de ato de preconceito, seja homofóbico, seja racial, e a gente lamenta muito o ocorrido”, afirmou.
*Com informações de Jorge Talmon/EPTV Campinas
**Matéria atualizada às 16h04 do dia 14 de fevereiro com informações do TJSP e da SSP
Quer ficar ligado em tudo o que rola em Campinas? Siga o perfil do acidade on Campinas no Instagram e também no Facebook.
Receba notícias do acidade on Campinas no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o link aqui!
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Campinas e região por meio do WhatsApp do acidade on Campinas: (19) 97159-8294.
LEIA TAMBÉM NO TUDO EP
