O número de casos de embriaguez ao volante cresceu em Campinas entre 2019 e 2022. De acordo com os dados da SSP (secretaria de Segurança Pública) do estado de São Paulo, obtidos pela EPTV Campinas por meio da Lei de Acesso à Informação, eram 19 registros por mês na cidade em 2019. O índice caiu para 17,3 no ano de 2020, quando as restrições por conta da pandemia do coronavírus estavam em vigor, subindo para 19,1 em 2021 e 20 neste ano. Confira no gráfico mais abaixo.
Para o Coordenador do Núcleo Jurídico do Observatório Nacional de Segurança Viária, Delcides Araújo, a retomada das atividades econômicas e o aumento de veículos no trânsito estão entre os motivos para essa alta na média dos casos de embriaguez ao volante.
“Uma outra questão, que também está sendo estudada pelos órgãos de saúde, é que a pandemia trouxe um abalo emocional para as pessoas. O álcool, muitas vezes, é usado como uma válvula de escape, então aumenta-se o consumo de álcool com a retomada das atividades econômicas e sociais, aumentando o número de pessoas circulando alcoolizadas”, diz o especialista.
Já o capitão da Polícia Rodoviária em Campinas, Felipe Barboza, afirma que a corporação também percebeu o aumento desse tipo de infração, mesmo sem aumento na fiscalização.
“No ano de 2021, nós confeccionamos 4.900, aproximadamente, autos de infração de embriaguez, quando conduz veículo embriagado ou recusa o teste do etilômetro. Já em 2022, só nesses 7 primeiros meses, nós já confeccionamos 3.984 autos de infração”, ressalta Barboza.
Para ele, os motoristas se esqueceram das consequências da embriaguez ao volante: “O pessoal tem saído mais e dirigido mais, infelizmente ainda embriagado, esquecendo das consequências disso. Há a pena de 5 a 8 anos de reclusão, sem fiança, para quem mata alguém em um acidente de trânsito estando embriagado”.
Já Araújo afirma que o comportamento dos motoristas deve mudar pela conscientização e não só pelo medo das penalidades.
“O dia em que nós, cidadãos, nos conscientizarmos que devemos obedecer as normas de trânsito pelos benefícios que elas vão nos trazer, a gente vai conseguir assimilar melhor a questão fiscalizatória”, finaliza.
OUTRAS CIDADES
Americana
– 2019: 16,2 ocorrências por mês
– 2020: 12,5 ocorrências por mês
– 2021: 11,3 ocorrências por mês
– 2022: 14 ocorrências por mês
Indaiatuba
– 2019: 10,1 ocorrências por mês
– 2020: 9,3 ocorrências por mês
– 2021: 10,4 ocorrências por mês
– 2022: 10,6 ocorrências por mês