O número de passageiros que entram nas estações do BRT em Campinas sem pagar a tarifa aumentou em 50% desde o início do ano. Entre fevereiro e março, foram registradas 2.274 ocorrências de fraudes, enquanto em julho esse número subiu para 3.418, representando um crescimento de 50,3%. Muitos usuários não apenas pulam as catracas, mas também aproveitam a abertura da passagem destinada a pessoas com deficiência para acessar as estações sem realizar o pagamento.
A estação Aurélia, localizada na Avenida John Boyd Dunlop, foi uma das que mais registraram fraudes nos últimos meses, mas a prática também tem sido identificada em outras estações do sistema BRT. Na última terça-feira (8), oito pessoas foram flagradas pelas câmeras acessando a estação BRT Bonfim, no corredor Campo Grande, sem pagar a tarifa.
Segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), a evasão de tarifa pelos usuários gera dois principais impactos. O primeiro é financeiro, já que um grande volume de fraudes pode até levar ao aumento da tarifa. O segundo impacto está relacionado ao itinerário das linhas: a falta de registro de passageiros em determinados horários pode resultar na reprogramação das linhas, uma vez que as catracas não contabilizam a entrada dos usuários, subestimando o número real de passageiros.
“Nós temos que pagar o custo do serviço. O custo do serviço não diminui por conta da evasão. Ele continua o mesmo. Então, ou nós reajustamos o valor da tarifa e prejudicamos o usuário direto do serviço ou temos que aumentar o valor do subsídio, prejudicando a sociedade como um todo, porque é dinheiro público que nós estamos colocando para custear o serviço. Além disso, nós usamos os dados da quantidade de passageiros para programar corretamente o número de viagens que cada linha faz. Se nós temos menos passageiros, porque esses passageiros não são registrados, podemos cometer um erro, colocando à disposição do nosso usuário menos viagens do que o que seria necessário”,
explica o diretor de planejamento e projetos Emdec, Wilson Folgozi de Brito.
Os dados disponíveis de evasão de tarifa são provenientes de pesquisa visual realizada presencialmente por fiscais da Transurc (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Campinas), em estações e terminais dos corredores Campo Grande e Ouro Verde.
Segurança reforçada nas estações
Para coibir as fraudes, atualmente, 24 estruturas de 19 estações e terminais do BRT contam com sistema de monitoramento por câmeras, que funciona 24 horas e, além da evasão, ajuda a identificar atos de vandalismo.
Além disso, um projeto de melhoria dos bloqueios nas catracas foi testado na estação BRT Aurélia e será replicado gradativamente em todas as estações e terminais do BRT. A Transurc afirma que também está reforçando a segurança nos acessos, nas principais estações e terminais, por meio da fiscalização in loco nos horários de pico.
Oito pessoas são flagradas acessando BRT sem pagar tarifa
O acidade on também mostrou que, na última terça-feira (8), oito pessoas foram flagradas pelas câmeras acessando a estação BRT Bonfim, no corredor Campo Grande, sem pagar a tarifa.
Quando as imagens foram observadas pelas equipes de segurança da empresa, um profissional que fazia rondas de fiscalização no entorno foi enviado para o local para abordar os usuários. Eles foram alertados sobre o flagrante e orientados a retornar para as catracas, onde poderiam realizar o acesso com o pagamento da tarifa – leia a matéria completa aqui.
Como denunciar?
A população pode denunciar casos de evasão de tarifa e vandalismo contra as infraestruturas do transporte e de mobilidade diretamente para a Emdec, pelo telefone 118 e também pelo WhatsApp (19) 3731-2910. Denúncias que envolvem segurança pública devem ser feitas para a Guarda Municipal pelo telefone 153.
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