Abandonada há quase três anos, a obra de uma creche no Jardim Telesp, em Campinas, tem causado transtornos aos moradores do bairro.
A obra, que é realizada pelo Governo de São Paulo, começou em outubro de 2018, com previsão de término para agosto de 2019. Sem conclusão, a creche, que aumentaria a oferta de vagas no bairro, tem gerado sujeira e insegurança aos moradores.
Quem passa pela Rua Nair da Silva Monteiro, onde ficam as obras, vê de longe os sinais de abandono. Isso porquê o mato já é mais alto que o próprio muro da creche. Do lado de fora, o mato também é alto e o local acumula sujeira.
A reportagem da EPTV Campinas esteve no local na última semana e acessou a parte de dentro da construção. Por lá, foi possível ver que partes da obra já foram vandalizadas. O local tinha pichações, azulejos e portas quebradas.
Parte da fiação elétrica, que está ligada, tinha fios expostos, elevando o risco de choque. Segundo vizinhos, o local também virou morada para dependentes químicos. De acordo com os residentes, a entrada e saída na construção é fácil e pode ser esconderijo para criminosos.
“O lugar é perigoso, ficou abandonado, né. Entra quem quer, sai quem quer e é um verdadeiro descaso, em um bairro desses, precisando (de creche)”, comenta a manicure Lucilaine Ribeiro.
FUNCIONAMENTO
Os moradores da região disseram ainda que tinham expectativa pela conclusão da obra. “Passo aqui faz dois anos e a creche está assim. Tenho três filhos pequenos e, do jeito que está, essa creche não representa nada pra mim”, reclama o pedreiro Sinval de Oliveira.
Jeferson dos Santos, que mora na rua da unidade, diz que sempre esperou pela conclusão das obras para matricular os filhos.
“Se tivesse concluída seria uma boa para deixar as crianças aqui. Era só atravessar a rua, não precisaria ir pra outro bairro”, comentou o ajudante de pedreiro.
ESCLARECIMENTOS
Em nota, a secretaria Estadual de Educação confirmou que a obra faz parte do programa Creche Escola, em que a prefeitura cede o espaço para o estado construir a estrutura e entregar à Administração municipal.
Sobre o abandono, o estado disse que o contrato com a empresa contratada foi rescindido com 92% da obra executada, pois a empresa alegou não ter condições de finalizar o projeto. Uma nova licitação deve ser feita para a retomada do serviço e conclusão da obra. Um prazo para isso não foi informado.
