Após quedas de árvores causarem a morte de duas pessoas em Campinas, sendo um motorista e uma criança de sete anos, é preciso realizar ações para evitar esse tipo de tragédia. No bairro Cambuí, um trabalho modelo é feito a cada 5 anos. Desde 2007, a ONG Resgate Cambuí, em parceria com a USP (Universidade de São Paulo), faz o mapeamento das árvores do bairro.
O relatório completo é enviado para Defesa Civil e Ministério Público para que as providências sejam tomadas. O último estudo, que começou em 2022, está sendo concluído.
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A equipe faz medições e colhe todo tipo de informação, indo desde a espécie até o grau de conservação. O grau de risco é traduzido em números e tabelas que vão para um banco de dados. Equipamentos importados fazem tomografia da árvore, e os gráficos monitoram como está a parte interna.
O último levantamento monitorou quase 2,5 mil árvores. Destas, 27 estão mortas e outras com risco para a população. Um sistema de georeferencimento permite localizar as áreas de risco.
“Então, por exemplo, saber quais são as árvores doentes, as que precisam de mais cuidado, as que precisam de ampliação de canteiro, as que precisam de poda de limpeza, poda de correção e as que precisam de supressão para não chegar na queda”, relata o engenheiro agrônomo José Hamilton Aguirre Júnior.
A Prefeitura de Campinas diz que tem feito o inventário, previsto em lei desde 2003, e informa que já monitorou 30 mil árvores. Mas o engenheiro diz que o trabalho feito pelo município não é o ideal.
“Uma informação bem breve, uma imagem do exemplar, nome popular, nome científico e uma localização dele. Não têm dados mais avançados sobre eles”, afirma Aguirre.
A Esalq de Piracicaba é parceira do projeto. Disponibiliza imagens de satélite e a tecnologia para o mapeamento do inventário. Através de parcerias, qualquer prefeitura pode adotar o sistema.
“Para fazer um planejamento da cidade, você precisa mapear a cidade inteira e isso pode ser feito por imagens de satélite de maneira barata, com pequenos custos. E, baseado nisso, você vai conseguir quantificar as grandes manchas de cobertura arbórea na cidade e, ai, fazer o planejamento de visitar com mais frequência essas áreas e proteger a população de um eventual acidente”, acrescenta Demóstenes Ferreira da Silva Filho, pesquisador da Esalq.
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