A Polícia Militar encontrou duas armas de cano longo na sede da Altercamp, cooperativa de ônibus de Campinas, que é investigada por envolvimento em lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na cidade. A apreensão das armas aconteceu durante a 3ª fase da Operação “Sumidouro”, que investiga a organização criminosa ligada ao tráfico de drogas na região de Campinas.
A sede da cooperativa, localizada no bairro Ponte Preta, é alvo das buscas da operação que é conduzida em conjunto pelo Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, e o Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar), que busca evidências de atividades ilegais e conexões com o tráfico de drogas na região de Campinas.
Segundo o Baep, na sede da Altercamp foram encontradas uma espingarda calibre 22 e uma espingarda calibre 12. As armas apreendidas serão encaminhadas ao 1º DP (Distrito Policial), no bairro Botafogo. Ainda segundo a investigação, documentos também foram apreendidos na operação. A polícia segue com buscas no local.
Além da Altercamp, mandados são cumpridos em outros endereços de responsáveis pela cooperativa e de “laranjas”. Segundo a polícia, linhas de ônibus administradas pelos membros da organização criminosa estão em nome dessas pessoas, além de bens dos criminosos, para lavar dinheiro do tráfico.
Em outro endereço, em uma residência no Jardim Campos Elíseos, foram encontradas uma arma de fogo ilícita, e uma pessoa foi presa em flagrante por porte ilegal de arma.
No local, foi apreendida uma espingarda ‘Cal.38’ com a numeração suprimida, além de munições. Outras duas pistolas com carregadores foram encontradas, mas tinham registros.
A ALTERCAMP
Em Campinas, a cooperativa opera nove linhas, entre os ônibus verdes, vermelhos e azuis-claros. além do sistema “Corujão”. A empresa foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou sobre o caso.
O QUE DIZ A EMDEC
Procurada, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) informou que não tem contrato com a Cooperativa Altercamp, e que os Termos de Permissão são assinados diretamente com cada um dos permissionários que compõem a Cooperativa.
“Do total que os permissionários têm a receber, a Emdec repassa 21% para a Cooperativa para cobrir gastos administrativos e operacionais, conforme estabelece a Legislação Municipal e nos Termos de Permissão”, explicou.
A empresa informou ainda que não tinha conhecimento da operação e vai acompanhar o desenrolar das investigações para “tomar as providências que venham a ser necessárias, em relação aos permissionários que estejam envolvidos, após a conclusão da investigação”.
A OPERAÇÃO
Na última quarta-feira (5), durante fase anterior da mesma operação, foram presas 13 pessoas e apreendidos R$ 138,8 mil e cinco milhões de pinos utilizados para embalar cocaína.
Ao todo, foram cumpridos 26 mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Paulínia, Hortolândia, Valinhos e Sumaré.
Segundo as equipes responsáveis pela operação, os alvos são membros de uma organização criminosa que utilizava galerias de água como esconderijo para o tráfico de drogas. Isso ocorria na região da Vila Mimosa, em Campinas.
Segundo o promotor do Gaeco, Rodrigo Lopes, a investigação começou após a prisão do líder da quadrilha, que aconteceu no ano passado.
“Essa investigação começou com uma operação deflagrada em abril do ano passado, quando prendemos o alvo que é o líder dessa organização criminosa. A gente identificou a estrutura dessa organização criminosa, os gerentes de cada bairro com cada ponto de tráfico, quem fazia intermediação das drogas, quem trabalhava na produção e refinaria, e isso possibilitou a operação”, explicou.
De acordo com o promotor, entre os investigados alguns já estão presos por outros crimes que praticaram durante a investigação e outros estão foragidos. Além dos 13 investigados presos na quarta-feira, duas pessoas foram presas em flagrante por tráfico.