Um visitante do parque Hopi Hari, em Vinhedo, disse à EPTV Campinas que os operadores da montanha-russa Montezum foram informados sobre a falha em uma trava antes de a atração começar a se mover. O equipamento de segurança se soltou na mão de um dos ocupantes no sábado (11) e as imagens viralizaram.
“A gente gritou falando que a trava estava solta, porque era exatamente o que estavam dizendo lá. Foi com o trem ainda parado. E aí deram o start nele, e se intensificou o grito. Tanto por parte do pessoal que estava dentro do carrinho, quanto o pessoal da nossa parte, na plataforma”, afirma Caio Coelho Matos.
O jovem também diz que um dos funcionários responsáveis pela operação da montanha-russa chegou a dizer que não iria parar o brinquedo, porque a dupla inspeção que acontece antes do movimento começar já teria sido realizada.
A administração não respondeu ao questionamento sobre o relato de que o aviso foi feito antes da volta ser iniciada, mas reforçou que o protocolo de segurança foi cumprido com duas conferências antes do embarque.
As imagens que circulam nas redes sociais mostram o momento em que uma trava de segurança se solta da principal montanha-russa do parque. Na gravação, é possível ver a trava individual nas mãos de um visitante, com o carrinho já parado. Outro vídeo flagra o momento do resgate dos ocupantes (veja abaixo).
O QUE DIZ QUE O PARQUE
O presidente do Hopi Hari, Alexandre Rodrigues, disse, também em entrevista à EPTV Campinas, que a peça solta faz parte de um sistema de segurança com vários componentes e que o percurso poderia acontecer normalmente sem ela.
“São várias peças que nós temos que compõem um montante de segurança. Então o percurso seguiria naturalmente. Ela fica presa no trem, e quando você senta tem o cinto de segurança, esse sim é o principal, e depois pega aquela trava como redundância e prende no corpo da pessoa”, explicou Rodrigues.
O presidente não considera que o fato possa ser considerado um “incidente” e alega que uma verificação foi feita logo após o que chama de “parada técnica”.
“Tanto é que demorou mais para tirar as pessoas do trem, com todas as medidas de segurança. Uma vez que entendemos o que aconteceu, nós apertamos novamente, passou por uma análise de trinca. No domingo, no primeiro horário, estava funcionando normalmente”, reforçou Alexandre Rodrigues.
O QUE DIZ O ESPECIALISTA
Mas para o professor de engenharia mecânica da Unicamp e especialista em segurança de dispositivos, Celso Arruda, os parques devem antecipar qualquer tipo de risco e não podem contar somente com ações de manutenção preventiva.
“O usuário do equipamento não espera que isso aconteça. Ele não é avisado que isso por acontecer. Então o susto que gera na pessoa, é muito maior que a emoção de uma montanha-russa”, afirma Arruma.