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CotidianoPandemia e crise: número de trabalhadores informais cresce em Campinas

Pandemia e crise: número de trabalhadores informais cresce em Campinas

Para economista, tendência nos próximos anos é a alta da informalidade e a precarização do trabalho em Campinas e no Brasil

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Número de trabalhadores informais cresce em Campinas durante a pandemia (Foto: Reprodução/EPTV)
Número de trabalhadores informais cresce em Campinas durante a pandemia (Foto: Reprodução/EPTV)

O número de trabalhadores informais vem crescendo nos últimos meses, em Campinas. A pandemia e a crise causaram a perda de renda e trabalho, e a alternativa foi oferecer produtos e serviços nas ruas para garantir o sustento da família. 

Sem conseguir um emprego formal há um ano, Rafael Santos conquista o sustento da família em semáforos de Campinas, vendendo balas. 

“Cada segundo que eu perco, é dinheiro que vai embora. Só de saber que no final do dia eu vou conseguir levar um alimento para a minha casa, para a minha família, é o mais importante pra mim”.  
 
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Assim como Rafael, outras pessoas perderam o emprego na pandemia e não conseguiram mais uma função com a Carteira de Trabalho assinada. Portanto, os instantes diante de um semáforo movimentado são essenciais. 

“Você tem que ter perna, porque se eu andar ali, não vou arrumar o meu dia. Tenho que correr do primeiro semáforo até o segundo, correndo. Subo e desço três vezes: uma espalhando as balas, a outra desço correndo e a terceira subindo, pegando a bala ou o dinheiro”, contou o ambulante Cássio Araújo. 

TENDÊNCIA 

De acordo com o economista Saulo Abouchedi, a tendência nos próximos anos é a alta da informalidade e a precarização do trabalho. 

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“Isso vai exigir não só programas de transferência de renda, políticas sociais, mas também políticas de estímulo ao emprego e à renda. É importantíssimo que o governo, estados e municípios, promovam políticas de geração de emprego e renda, e empregos de qualidade, formais”, afirma. 

SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE 

Além disso, o número de famílias em situação de vulnerabilidade aumentou com a pandemia da covid-19. 

Ao todo, são 107.727 grupos familiares registrados no Cadastro Único atualmente. Segundo a Prefeitura, esse total representa 269.318 moradores. 

Antes da pandemia, em dezembro de 2019, eram 84.853 famílias assistidas. Portanto, houve um aumento de 22.274 famílias. 

De acordo com a Administração, a maior parte dos cadastrados está na faixa da extrema pobreza. Confira os dados abaixo: 

– Extrema pobreza – até R$ 105,00 por pessoa: 54.807 

– Pobreza – R$ 105,01 a R$ 210,00 por pessoa: 9.48 

– Baixa renda – R$ 210,01 a meio salário mínimo por pessoa: 20.468 

– Acima de meio salário mínimo por pessoa: 22.968 

“O desafio é amparar e acolher essas famílias nesse momento, mas buscar também a progressão social. Que essa pessoa possa progredir socialmente. Estamos elaborando estudos para que possamos acolher neste momento e dar condições para que essa pessoa tenha autonomia”, comenta Vandecleya Moro, secretária de Assistência Social. 

O número de famílias cadastradas no CadÚnico de Campinas também teve um aumento de 23,76%. Confira os detalhes abaixo: 

– 2019: 84.853 

– 2020: 87.045 

– 2021: 98.910 

– 2022 (até agora): 107.727 

Segundo a Prefeitura, o cadastramento de famílias pode ser feito nos Cras (Centros de Referência em Assistência Social). O interessado deve ligar no telefone 156 da prefeitura para ser direcionado ao atendimento. 
 
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