O acidente com fogos de artifício que causou queimaduras em uma jovem durante a madrugada do último domingo (16), em Mogi Guaçu, gerou pânico em quem estava no local. Em entrevista à EPTV, uma expectadora que estava no camarote do show contou como foram os momentos após os fogos atingirem sobre o recinto.
“Estava tudo indo bem, tudo certo, mas quando vimos começou a sair faísca e o fogo. Ai o povo ficou apavorado, se batendo. O fogo veio em direção dessa moça e ela começou a se debater e o pessoal tentando ajudar ela. A gente vê em televisão e acha que não vai acontecer com a gente, mas ali foi muito nítido ver o fogo vindo em nossa direção. Foi muito assustador”, relatou a promotora de vendas Gislaine de Freitas.
Vídeos gravados na arena registraram o momento em que os fogos caíram sobre o público durante a apresentação na Expoguaçu. Nas imagens, é possível ver os fogos caindo em direção ao público. Parecendo “meteoros”, eles saem da estrutura do palco, e pelo menos três foram gravados caindo direção do recinto.
Entre as pessoas atingidas, estava a jovem de 22 anos que sofreu queimaduras de primeiro e segundo graus após ser atingida pelos fogos. Ela foi socorrida pela ambulância do local e encaminhada ao hospital da cidade, onde foi atendida. Sem querer se identificar, a jovem de 22 anos que foi atingida contou como foi o momento de desespero.
“Estava tudo tranquilo, eu não tinha percebido nada de anormal. Estava no camarote com amigos e meu namorado, quando subimos para ver de perto o show quando o Gustavo Mioto entrou. Devia ser por volta de meia-noite quando os fogos saíram e atingiram a região do meu pescoço e um pouco das faíscas sobraram nos meus braços. No momento da explosão eu lembro que saíram os fogos e foi tudo tão rápido que só senti uma ardência no meu pescoço e no reflexo tentei apagar porque estava tudo em chamas”, contou.
Segundo a vítima, apesar do susto os fogos não atingiram ninguém diretamente. “Por sorte os fogos caíram no chão e estouraram no chão, mas do mesmo jeito causaram os ferimentos. Tive ferimento de 1º grau e 2º grau na região do pescoço e de 1º na região do braço e antebraço. Agora estou melhor, fui medicada e estou no processo de cicatrização”, afirmou. Ela registrou um boletim de ocorrência.
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O QUE DIZEM OS RESPONSÁVEIS
Em nota, a assessoria do cantor Gustavo Mioto informou que o incidente aconteceu após uma falha de equipamento e alegou que “algumas pessoas que estavam assistindo ao show sofreram lesões leves, e foram prontamente atendidas no ambulatório local”.
Segundo a assessoria, após o show o cantor recebeu os envolvidos em seu camarim e prestou solidariedade com pedido de desculpas após o ocorrido.
“A equipe e empresário do cantor estão a frente do ocorrido e já estão em contato com as pessoas envolvidas prestando o suporte necessário. O uso do equipamento de efeitos será definitivamente suspendido dos próximos shows do cantor”, finalizou a nota.
Em vídeo, o cantor chegou a se desculpar. Citando que a equipe já estava em contato, o sertanejo cita que ficou preocupado após o incidente.
“O que vocês precisarem a gente está aqui para atender vocês, para resolver. Peço desculpas mais uma vez. Não estava na minha mão nem a montagem nem o disparo. Fiquei de mãos atadas e fiquei muito preocupado. Fico feliz que não tenha sido nada muito grave”, disse na gravação.
Procurada, a assessoria da Expoguaçu informou que tomou conhecimento do incidente e afirmou que a realização de shows pirotécnicos é proibida no recinto.
“Prontamente junto com a equipe do artista e a equipe de socorrista do evento prestamos o atendimento na vítima no próprio posto médico do evento. Temos a informar que o evento não permite a realização de shows pirotécnicos e inclusive este foi retirado da cerimônia de abertura do rodeio já ha alguns anos. Informamos também que todos os artistas que se apresentaram e os que ainda se apresentarão que estão proibidos o uso de artefato nos shows”.
Já a Prefeitura de Mogi Guaçu informou que proíbe em todo o território a queima e a soltura de fogos e artefatos pirotécnicos de efeito sonoro ruidoso, sendo permitido o uso de artifícios de efeito visual e que acarretam barulho de baixa intensidade.
“É importante esclarecer, para, além disso, que o incidente, de responsabilidade da produção do artista, se deu em evento privado, devidamente vistoriado e liberado pelas autoridades fiscalizadoras competentes. O município, diante do caso, notificará os representantes legais pela apresentação para fins de esclarecimento dos procedimentos adotados”, completou.