Hoje (9) é domingo de Páscoa e a data é considerada uma grande festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo, mártir da religião. No entanto, a Páscoa já existia desde a Antiguidade, embora com outro significado. Até hoje, a Páscoa simboliza coisas diferentes para judeus e cristãos – confira abaixo.
A Páscoa cristã surgiu a partir de uma celebração que acontece entre os judeus, chamada pessach (passagem, em hebraico) que é uma festa celebrada há mais de dois mil anos, para lembrar o êxodo dos judeus do Egito.
Por outro lado, a data comemorada pelos cristãos, relembra a crucificação, morte e ressurreição de Cristo. A ressurreição do mártir é um dos principais pilares da fé cristã, o que evidencia a importância dessa festividade para a religião.
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Na celebração da Igreja Católica, a Páscoa encerra o período da Quaresma, em que os católicos se dedicam à penitência em preparação para a Páscoa. A última semana desse período é chamada de Semana Santa e inicia-se com o Domingo de Ramos, que recorda a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém.
RELIGIÕES
O Judaísmo foi a primeira religião a celebrar a Páscoa – ao comemorar a libertação do povo judeu da escravidão no Egito.
Na Umbanda e no Candomblé, a celebração se assemelha à da Igreja Católica, festejando a ressurreição de Jesus Cristo, também representando a passagem da morte para a vida.
Já os seguidores do Islamismo e do Hinduísmo, trazem em sua doutrina uma ideia de libertação, de superação entre o bem e o mal.
O professor de filosofia da Universidade de Brasília, Agnaldo Cuoco Portugal, explica que no fundo há uma concordância entre as doutrinas religiosas: um anseio pela libertação.
Agnaldo Portugal acrescenta que os budistas também não festejam a Páscoa, mas entendem que essa libertação está em superar o egoísmo.
Os espíritas não comemoram datas de outras religiões, mas respeitam as manifestações de todas as doutrinas. Nesse sentido, o professor Agnaldo sugere que a Páscoa é um ótimo dia para refletir, independente da fé e até mesmo da falta dela.
POR QUE A DATA MUDA A CADA ANO?
A Páscoa é uma data móvel. A cada ano, cai em um dia diferente, e muita gente não sabe o motivo.
A data segue o calendário lunar, por isso não possui uma data fixa, sendo chamada por “festa móvel”. A data, que pode variar entre os dias 22 de março e 25 de abril, foi instituída pela Igreja Católica durante o Concílio de Nicéia, em 325 d.C.
A partir de então, a festividade passou a ser celebrada sempre no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio vernal, também conhecido como equinócio da primavera no hemisfério norte ou equinócio de outono no hemisfério sul.
E O CHOCOLATE?
A origem dos ovos de chocolate durante a Páscoa possui diversas versões. Há quem diga que a tradição veio da China, quando os ovos naturais recheados com cebola e beterraba eram dados de presente na Festa da Primavera.
Contudo, os egípcios também distribuíam os ovos no início da nova estação. Depois da morte de Jesus Cristo, os cristãos consagraram esse hábito como lembrança da ressurreição e no século 18 a Igreja o aceitou oficialmente como símbolo da Páscoa.
A mudança para os ovos de chocolate pode ter acontecido devido à proibição do consumo de ovos, carne e derivados de leite durante a Quaresma. Em contrapartida, houve o desenvolvimento da indústria de chocolate por volta de 1828, quando confeiteiros franceses decidiram fabricar ovos de chocolate e decorar o seu interior com bombons.
SIMBOLOGIA DO COELHO
Há diferentes versões sobre a associação do coelho à Páscoa. Uma delas é a de que Maria Madalena teria ido antes do amanhecer de domingo ao sepulcro de Jesus de Nazaré, levando consigo material para ungir o corpo dele. Ao chegar ao local, teria visto a sepultura entreaberta.
Um coelho, que teria ficado preso no túmulo aberto na rocha, seria o primeiro ser vivo a testemunhar a ressurreição de Jesus. Por essa razão, ganhou o privilégio de anunciar a boa nova às crianças do mundo inteiro na manhã da Páscoa. É ele, portanto, o suposto portador do ovo de chocolate.
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