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CotidianoPedofilia: um crime que ultrapassa os muros e a segurança dos condomínios

Pedofilia: um crime que ultrapassa os muros e a segurança dos condomínios

A proteção proporcionada pelos muros, portarias e sistemas de segurança dos condomínios fechados não é suficiente para coibir o crime de pedofilia

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O especialista em segurança Adalberto Santos (Foto: Divulgação)
O especialista em segurança Adalberto Santos (Foto: Divulgação)

Uma operação de combate à pedofilia, comandada pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), da Polícia Civil, na cidade de Campinas, vem cumprindo mandados de prisão na região e em três Estados brasileiros. Para além das estatísticas assustadoras, o que nos choca é a constatação de que este crime, talvez o mais grave entre todos os delitos hediondos, vem se tornando cada vez mais comum.

Valer-se da inocência de uma criança para satisfazer desejos sórdidos e doentios é algo que ultrapassa todos os patamares da nossa compreensão. Porém, o que gostaríamos de refletir acerca do aumento dos casos de pedofilia no Brasil é a atitude assertiva que os pais devem ter diante da segurança de seus filhos.

A proteção proporcionada pelos muros, portarias e sistemas de segurança dos condomínios fechados não é suficiente para coibir o crime de pedofilia. E neste ponto, pedimos a atenção dos pais. Em grande parte dos casos, a porta de entrada para este tipo de delito é a internet.

Através do universo digital, os criminosos transitam livremente pelas casas sem que muitas famílias se dêem conta de suas presenças. Sorrateiramente, eles se conectam a crianças e adolescentes por meio de jogos inocentes na internet. Aos poucos, os pedófilos vão ganhando confiança e proximidade para, no momento oportuno, ameaçar, chantagear e constranger as crianças até realizarem seus objetivos sexuais. Este modo de operar é conhecido como cyber grooming.

Todos os pais, sem exceção, mesmo os que experimentam a sensação de segurança proporcionada pelos condomínios fechados, devem estar atentos ao conteúdo que os filhos acessam na internet.

Grandes personalidades do mundo cibernético, como Steve Jobs, cofundador da Apple, e Bill Gates, dono da Microsoft, posicionaram-se contra o uso da internet por crianças e adolescentes. A realidade, como se sabe, é outra. Para que não se chegue ao ponto de tomar decisões radicais, como proibir os filhos de navegar no universo digital, acreditamos que algumas regras, muito bem estabelecidas, possam contribuir para a segurança de usuários de todas as idades.

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Em primeiro lugar, os adultos responsáveis precisam deixar claro que têm o direito de averiguar, em qualquer tempo, redes sociais e conteúdos acessados por crianças e adolescentes. Ter as senhas de usuários dos filhos também é importante. Periodicamente, deve-se verificar também todos os acessos feitos por computador, tablet ou celular. Além de limitar o tempo de utilização da internet, os pais precisam estar atentos aos jogos on-line e observar os diálogos entre os participantes.

Para finalizar a nossa reflexão, recomendamos aos pais que, mesmo morando em condomínio fechado, não deixem suas crianças e seus jovens transitando pelas ruas e áreas comuns sem a supervisão de um adulto. Ainda sobre a operação desencadeada pela DEIC, não descartamos a possibilidade de alguns mandados serem cumpridos dentro das estruturas seguras dos condomínios.

A polícia, de fato, realiza um trabalho brilhante ao deflagrar a ação. Importante também é a prevenção contra a pedofilia, que se realiza dentro dos lares, com a participação e a atenção da família.

Adalberto Santos – é especialista em segurança e diretor superintendente da Sigmacon. É consultor, palestrante, analista em segurança empresarial e criminal. Possui pós-graduação de processos empresariais em qualidade, MBA em administração e diversos títulos internacionais na área de segurança.

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Luciana Félix
Luciana Félixhttps://www.acidadeon.com/campinas/
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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