Uma pesquisa do Observatório PUC-Campinas mostra que a população de crianças e jovens na RMC (Região Metropolitana de Campinas) está caindo de forma rápida e, ao mesmo tempo, essa faixa etária está cada vez mais em situação de vulnerabilidade social. Os dados apresentados no trabalho apontam os problemas associados às educação, segurança alimentar e moradia, entre outros fatores de agravos sociais.
“A população de 5 a 15 anos, que aparece no CadÚnico, portanto, em situação de vulnerabilidade social, representa algo perto de 40% da população total dessa faixa etária, e a de crianças de 0 a 4 anos por volta de 30%”, diz o professor doutor Cristiano Monteiro, coordenador do estudo.
Além disso, a pesquisa acrescenta que essas famílias que aparecem no CadÚnico estão vivenciando situação de vulnerabilidade social. Portanto, essa composição familiar também é implicante de outros agravos, sendo deduzível que essas famílias enfrentam o problema da insegurança familiar.
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“Será que essas crianças e jovens estão alcançando a melhor nutrição para o seu desenvolvimento pessoal e social? Sem dúvida, essa é mais uma questão social de alto relevo”, questiona o professor.
DESEMPREGO E FAIXA SALARIAL
A taxa de desemprego dos jovens continua alta, e mesmo os que conseguem se empregar estão enfrentando baixos salários. O trabalho também mostra que os setores da indústria reduziram a empregabilidade formal e as faixas salariais de jovens entre 15 e 29 anos.
“Convém salientar que a maior parte dos setores promove a empregabilidade agrupada entre 1 e 2 salários mínimos, seguida da faixa de 2 a 3 salários mínimos. Por fim, a observância que o alto poder aquisitivo aparece expressivo apenas no sistema do setor público”, afirma trecho da pesquisa.
De acordo com o levantamento, 62,41% dos jovens que trabalham no setor do comércio recebem de 1 a 2 salários mínimos. Já em serviços, a taxa é de 49,3%. A Administração pública possui o índice mais baixo, com 21,93% dos jovens nesta faixa salarial. Além disso, o setor público possui o índice mais de alto jovens com 4 a 7 salários mínimos, com um percentual de 24,45%.
ENVELHECIMENTO
O estudo aponta, ainda, que a queda da participação relativa dos jovens perante a população total faz com que a estrutura etária fique envelhecida. Com isso, o próximo período ficará mais dependente da capacidade de trabalho de pessoas jovens e economicamente ativas.
“Sem dúvida, a questão social clama por ações imediatas e estratégicas que considerem múltiplos fatores do problema complexo da vulnerabilidade associada aos jovens”, finaliza o texto do estudo.
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